Uma nova pesquisa federal descobriu que o uso do cigarro eletrônico entre adolescentes ultrapassou o uso dos cigarros tradicionais à medida que o tabagismo continua em declínio.
Defensores da saúde dizem que a tendência de uso do cigarro eletrônico é perigosa porque está popularizando o tabagismo novamente. Eles também temem que isso possa levar a um aumento do consumo de tabaco, embora os novos dados não mostrem isso.
O levantamento, divulgado terça-feira (16) pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas, mediu o uso de drogas e álcool usados este ano entre os alunos do ensino fundamental e médio em todo o país. Mais de 41 mil estudantes de 377 escolas públicas e privadas participaram. É uma das várias pesquisas nacionais e, e a mais atualizada.
Foi a primeira vez que a pesquisa mediu o uso de cigarros eletrônicos, portanto, não há dados comparativos sobre a mudança ao longo do tempo. Outras pesquisas mostraram um uso bem menor do cigarro eletrônico entre estudantes de ensino fundamental e médio, mas indicaram que ele está aumentando rápido.
"Os números são surpreendentes", disse Matthew L. Myers, presidente da Campaign for Tobacco Free Kids, um grupo de defesa da saúde.
A pesquisa revelou que 17% dos alunos do 12º ano relataram o uso de cigarros eletrônicos no mês passado, em comparação com 13,6% que relataram ter fumado um cigarro tradicional. Entre os alunos do 10º ano, o relato de uso de cigarros eletrônicos foi de 16%, em comparação com 7% de cigarros tradicionais. E entre estudantes do 8º ano, 8,7% relataram o uso de cigarros eletrônicos e apenas 4% disseram ter fumado um cigarro no último mês.
Uma pesquisa sobre o uso de tabaco entre jovens, feita em 2013 pelos Centros Federais de Controle e Prevenção de Doenças, e divulgada em novembro, descobriu que a parcela de estudantes americanos de ensino médio que usam cigarros eletrônicos subiu de 2,8% em 2012 para 4,5% em 2013. A porcentagem de alunos do ensino médio que usa cigarros eletrônicos permaneceu estável em 1,1% em relação ao mesmo período.
A diferença entre os dois conjuntos de resultados foi substancial, e os pesquisadores se esforçaram para explicá-la. Ambas são pesquisas federais amplas e confiáveis que têm história, e suas metodologias não diferem muito. O instituto de abuso de drogas usa as séries escolares separadamente, enquanto os centros de doenças combinar as séries, o que pode responder em parte pela diferença.
Alguns especialistas dizem que os novos dados sugerem que a taxa pode ter aumentado substancialmente desde 2013, embora seja impossível saber ao certo até que o CDC divulgue seus dados de 2014 no ano que vem.
Fonte: UOL