Após 18 meses avaliando o retorno econômica da instalação de agroindústrias voltadas para esse setor, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) constatou que, além da viabilidade econômica, as usinas trazem benefícios sociais e ambientais.
"Há boa motivação para a produção de etanol de milho em Mato Grosso. O Estado é o principal produtor do cereal no país, e apenas 15% da produção é utilizada internamente", diz Paulo Ozaki.
O estudo do Imea avalia a possibilidade de negócios em todos os tipos de usina: "flex´´, "full" e miniusinas.
A usina "flex" é a que, em parte do ano, se utiliza da cana-de-açúcar e, na entressafra da cana, passa a usar o milho. A "full" emprega apenas milho na produção do etanol. A produção de etanol elevaria o valor agregado do cereal.
Para que as usinas tenham viabilidade econômica, o ponto de equilíbrio do preço do milho deverá ser de R$ 26 a R$ 36 por saca. Neste momento, quando o cereal é negociado a R$ 12 por saca, seu preço está bastante atrativo.
Já o ponto de equilíbrio do preço do etanol pago à usina deve estar entre R$ 1,30 e R$ 1,77 por litro.
O investidor em um projeto de usina de etanol de milho deverá levar em consideração as características da região.
A oferta de milho e a proximidade da pecuária, que se utiliza do DDG (resíduo de sobra após a retirada do etanol do milho, aproveitável pelo gado), são fatores decisivos para a escolha do negócio.
Além disso, os preços do etanol e do petróleo também influenciam na rentabilidade.
Do ponto de vista social, a instalação de uma usina "full" tem grande impacto na região. Cada uma delas gera, em média, 87 empregos diretos. E cada um desses, outros 24 entre indiretos e induzidos.