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Urologista alerta que exame de sangue não descarta toque retal no diagnóstico do câncer de próstata

Mais uma campanha do mês “Novembro Azul” se inicia e médicos reforçam a necessidade para que os homens realizem exames periódicos para prevenir o câncer de próstata. Diante de um assunto que ainda é tabu, o urologista Newton Tafuri, credenciado ao Mato Grosso Saúde pela Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, destaca que o exame de sangue, conhecido como PSA, não exclui a necessidade do toque retal.

O médico explica que durante a consulta são colhidas informações como antecedentes familiares, doenças prévias e realizado o exame físico. “O médico fará o toque retal para identificar o tamanho da próstata, se está aumentada, se apresenta alguma alteração de consistência, se há algum nódulo endurecido, ou algo fora da normalidade e que possa criar suspeita da doença”.  

O médico, então, solicita que o paciente realize um exame de sangue para dosagem do PSA, que é o Antígeno Prostático Específico, uma enzima produzida na próstata cuja alteração pode significar alguma patologia, seja ela inflamatória (prostatite), o crescimento benigno da próstata (hiperplasia), ou até o câncer.

Muitas vezes o PSA pode apontar normalidade, mas o paciente pode estar doente. “É a partir desses dois exames, havendo uma suspeita, que o médico vai solicitar uma ultrassonografia transretal, pode também solicitar a ressonância magnética multiparamétrica da próstata e, por fim, é realizada a biópsia por agulha, coletando o material, diversos fragmentos, que serão analisados em laboratório e a partir daí confirmar ou não a presença do câncer de próstata”, esclarece urologista que é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Mato Grosso (SBU/MT).

Após o diagnóstico existem várias formas de tratamento e elas dependem do estágio do câncer, da idade do paciente e da condição clínica diante de outras doenças.

“Basicamente nós vamos ter a vigilância ativa, que é quando o médico acompanha o paciente de perto. Já um paciente de demais idade, que não tem condições para uma cirurgia, tem outras comorbidades, outras doenças, e tem o câncer de próstata bem inicial, só pode ser tratado com essa vigilância, que seriam consultas e exames rotineiros, mais próximos e, ao perceber qualquer mudança no comportamento da doença, pode ser proposta alguma abordagem de tratamento. Se o câncer não evoluir, se estiver ‘adormecido’, vai ficar só nisso”, frisa o Newton.

Se o câncer for mais agressivo, uma cirurgia poderá ser indicada aos pacientes mais jovens. A radioterapia é aplicada no tumor inicial. Pacientes que não responderam bem nessas formas de tratamento entram em uma terceira etapa.   

“É o bloqueio androgênico, que tem a finalidade de bloquear os hormônios do corpo, principalmente a testosterona, o hormônio masculino que funciona como um combustível para o tumor de próstata”, pontua o urologista.

Neste caso, o tratamento visa bloquear essa testosterona como forma de retardar o crescimento do tumor. “Mas aí não se fala mais em cura. Já é um tratamento paliativo, que pode ser feito com medicamentos, hormônios, bloqueadores hormonais injetáveis ou via oral, e também a cirúrgica, que é a retirada dos testículos”. 

Em casos mais avançados, quando não ocorrem respostas a qualquer tipo de tratamento, o paciente está tendo metástase, dor óssea, e vai fazer radioterapia e quimioterapia.

A doença

Alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata são históricos familiares de câncer de próstata em pai, irmão ou tio, homens negros, obesidade e sedentarismo. A recomendação da SBU é que os homens, a partir de 50 anos, e mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada com objetivo do diagnóstico precoce do câncer de próstata. 

Os homens que integrarem o grupo de risco (raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata) devem começar seus exames mais precocemente, a partir dos 45 anos. Após os 75 anos, somente homens com perspectiva de vida maior do que 10 anos poderão fazer essa avaliação.

O câncer de próstata não costuma apresentar sintomas em fases iniciais. Ao apresentar sintomas significa já estar numa fase mais avançada. “Os sintomas incluem dificuldade para urinar, sensação de não esvaziamento da bexiga, jato urinário fino, as vezes dor para urinar, aumento da frequência de idas ao banheiro, tanto de dia quanto de noite, sensação da urina presa, que pode chegar a uma retenção urinário, ou presença de sangue na urina”.

Dr. Newton Tafuri observa que o câncer de próstata tem cura, desde que diagnosticado precocemente. Daí a importância dos exames periódicos. Em estágio inicial, o índice de cura está próximo a 90% e às vezes acima disso, quando diagnosticado e tratado no tempo certo. A partir de estágios mais avançados, o índice de cura vai baixando”.

O médico finaliza alertando que cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata vão morrer dessa doença.

Redação

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