As unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família de Cuiabá suspenderam os atendimentos eletivos e passaram a atender a todos os pacientes em livre demanda, ou seja, sem agendamentos prévios. Com isso, as atividades que estavam programadas para a campanha do Janeiro Roxo, de conscientização sobre a hanseníase, também estão suspensas.
“Ficou estabelecido por meio de ofício circular que, temporariamente, não serão agendadas as consultas de rotina, aquelas que o paciente vai de 30 em 30 dias ou de 60 em 60 dias para ser reexaminado, pacientes hipertensos, diabéticos, crianças. Porém, todos esses pacientes, seja qual for a patologia que ele tiver, se ele não estiver passando bem, ele pode ir sim à unidade, ele deve ir à unidade porque ela estará trabalhando de porta aberta, ela vai estar trabalhando com a demanda espontânea”, afirma a coordenadora de atenção primária à saúde, Jacqueline Miliosi.
A exceção são as gestantes que fazem pré-natal, que terão um dia ou período exclusivo para elas e para que a unidade e os profissionais possam se preparar, inclusive com a desinfecção do local, por serem do grupo de risco. “Gestantes e triagem neonatal (teste do pezinho) vão ter horário agendado. Cada unidade vai ver o melhor horário para fazer os atendimentos e as equipes vão entrar em contato com as gestantes acompanhadas”, afirma Jacqueline.
Ela explica que as mudanças são necessárias para reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e organizar o fluxo de pacientes nas unidades de saúde. “A gente fez isso porque, às vezes, a população imagina que indo para uma policlínica ou para uma UPA com sintomas leves lá vai ser atendida mais rápido, porém, como UPA e policlínica recebem pacientes de urgência, o que acontece? Esses pacientes com sintomas mais leves passam a ficar esperando e, às vezes, 3 ou 4 horas para serem atendidos porque as urgências são atendidas primeiro. Então, se ele procurar as unidades básicas de saúde com algum problema de saúde, com certeza o atendimento vai ser mais rápido”.
De acordo com Jacqueline Miliosi, os agentes comunitários de saúde terão um importante papel nesse momento. “Ele vai ser esse elo, junto com o enfermeiro e o médico, que conhecem a comunidade, para entrar em contato com os pacientes para que não vá todo mundo na unidade porque precisa trocar receita ou porque precisa agendar um exame. Eles vão criar esse elo e vão ajudar a resolver para que não aglomerem pessoas na unidade”, disse.