Nacional

Uma tempestade perfeita avança sobre Wilson Witzel

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deverá depor nesta quinta-feira (9) na Polícia Federal sobre as suspeitas de corrupção em sua administração, segundo informou ontem o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Se confirmado, o depoimento ocorrerá quase 45 dias após a deflagração da Operação Placebo, que investiga o envolvimento de Witzel em um esquema de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia do coronavírus no estado. A primeira-dama Helena Witzel, também investigada no caso, deveria ter sido ouvida pela Polícia Federal na semana passada, mas seu depoimento foi adiado em função da morte de uma avó.

A operação provocou um desgaste de Witzel, que viu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) abrir um processo de impeachment contra ele, no dia 10 de junho. Ontem, começou a correr o prazo para o governador apresentar sua defesa na Alerj, em até 10 sessões ordinárias. Depois disso, uma comissão especial de 25 deputados terá mais cinco sessões para elaborar um parecer sobre a denúncia, que será levado à votação pelos 70 deputados. Caso a denúncia seja aprovada pela maioria do plenário, o governador será afastado e será formada uma comissão mista para decidir sobre a perda de mandato ou não. A previsão é que isso ocorra na primeira quinzena de agosto.

Apesar dos dias conturbados, Witzel tem ignorado o assunto. Ontem, em sua conta no Twitter, o governador se limitou a elogiar o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar no combate ao crime no estado.

Além da Operação Placebo e do processo de impeachment, Witzel vê a pandemia da covid-19 não dar sinais de trégua no estado, o que o levou a publicar, anteontem, um decreto prorrogando por mais duas semanas as restrições a várias atividades. As aulas presenciais das redes de ensino estadual, municipal e privada continuam suspensas. O funcionamento de cinemas, teatros e academias continua proibido. O governo manteve também a recomendação para que a população evite frequentar praias, lagoas, piscinas públicas e clubes.

Até ontem, segundo o levantamento feito por um consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, o Rio de Janeiro tinha acumulado 10.970 óbitos por coronavírus, atrás apenas de São Paulo. Os dados dos últimos dias indicam que a flexibilização das medidas restritivas na cidade do Rio de Janeiro pode ter ajudado na propagação do vírus pela região metropolitana – o número de casos no interior do estado superou pela primeira vez o da capital.

Em meio a tantas notícias ruins, os cariocas recebem hoje um presente: a reabertura do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que ficou quase quatro meses fechado por causa da pandemia. Fundado em 1808 por Dom João VI, o Jardim Botânico é um dos mais importantes do mundo. Com 137 hectares, abriga coleções raras de bromélias e orquídeas, além de árvores centenárias e plantas exóticas. Em um primeiro momento, só serão permitidas visitas agendadas, pelo site do Jardim Botânico. A entrada será feita exclusivamente pelo portão da Rua Jardim Botânico, 1008.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus