Opinião

UM MUSEU EM CHAPADA DOS GUIMARÃES

O mês de dezembro, em Cuiabá, deu indícios de bons presságios para 2017. Isso porque  Marcelo Araujo, Presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), vinculado ao Ministério da Cultura, esteve em Cuiabá no intuito de participar do lançamento do projeto de implantação do Sistema Estadual de Museus de Mato Grosso. O IBRAM anunciou que o “projeto visa promover a articulação entre os museus existentes no estado, bem como sua modernização e profissionalização. Com sua implantação, pretende-se cumprir com a agenda do Plano Nacional Setorial de Museus, beneficiando diretamente instituições mato-grossenses”. Ainda que o Centro Cultural Ikuiapá, da FUNAI, e Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia, da UFMT, tenham ficado fora da programação, Araújo visitou outros importantes espaços culturais – Museu Histórico de Mato Grosso, Museu de Arte Sacra, Museu de Arte de Mato Grosso, Galeria da Secretária de Estado de Cultura e Biblioteca Estadual. 

A presença oficial do IBRAM em Cuiabá me levou a formular três questões: Há articulação entre as instituições museais federais, estaduais e municipais? Qual o papel dos equipamentos culturais, como os museus, diante ao conhecimento e a divulgação da história e das culturas dos povos indígenas em Mato Grosso? Qual o cenário museal dos demais municípios deste estado? 

Mato Grosso também deve ser reconhecido por ser historicamente composto por diversas culturas e etnias, inclusos os mais de 40 povos indígenas. Há inúmeros municípios que carecem de museus, espaços que devem estar a serviço da vida. Dentre os municípios de Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, por exempo, que recebe em torno de 130 mil turistas por ano, carece de um museu que possa contar um pouco da sua história, de seus habitantes. Contar sobre os povos indígenas que habitaram a região como o Boe-Bororo, ainda presente na fisionomia de parte da população e na denominação de suas belezas cênicas. Para 2017, vai uma sugestão para a “Chapada para todos”.

Anna Maria Ribeiro Costa

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Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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