O desejo de viver com mais qualidade e a valorização das raízes têm levado famílias de Mato Grosso a transformarem suas propriedades rurais em atrativos turísticos. No Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado em 25 de julho, histórias como a da Família Masiero, em Sinop, e da Estância Maués, em Santo Antônio do Leverger, mostram como o esforço aliado ao apoio técnico pode tornar antigos sonhos realidade, promovendo desenvolvimento sustentável e cultural.
Em Sinop, a Família Masiero, pioneira no turismo rural no norte do estado, encontrou no tradicional café colonial e nas visitas aos vinhedos um caminho para unir produção agrícola e experiência turística. O negócio teve início após a repercussão nas redes sociais de um ensaio fotográfico feito nos parreirais da propriedade. Atualmente, o local recebe cerca de 100 visitantes por mês, muitos vindos de outras regiões e estados.
A Estância Maués, próxima a Cuiabá, seguiu caminho semelhante. Inicialmente voltada à produção leiteira, a propriedade administrada por Carlos Olsson e sua família passou a investir no turismo após a mudança do casal da capital para o campo. Com apoio do Sebrae/MT, estruturaram uma pousada com café da manhã pantaneiro e agora planejam expandir as atividades, oferecendo trilhas e experiências rurais como ordenha e cavalgadas.
O apoio técnico do Sebrae foi fundamental para ambos os empreendimentos, oferecendo consultorias e treinamentos que permitiram transformar o ambiente rural em negócios viáveis. Para o analista técnico Rafael Dinartte, essas iniciativas provam que é possível empreender com identidade, afeto e retorno econômico. “O turismo rural cresce em Mato Grosso e fortalece a agricultura familiar como vetor de desenvolvimento”, afirma.
Dados do Ministério do Turismo revelam que 73% dos viajantes interessados nesse nicho buscam contato com a natureza e com os próprios produtores. Em um cenário em que a agricultura familiar representa 70% dos alimentos consumidos no Brasil, o turismo rural se apresenta como uma alternativa não apenas de renda, mas de valorização cultural e de fortalecimento das comunidades no campo.
