Política

Tucanos intensificam pressão para que Serra seja vice de Aécio

 
“Não é impossível que isso ocorra, mas eles precisam sentar e conversar”, disse o deputado Jutahy Magalhães, um aliado de primeira hora do ex-governador José Serra.
 
Pessoas próximas aos dois tucanos concordam, nos bastidores, que falta apenas uma conversa entre os dois, na qual eles expressem formalmente uma vontade mútua de candidatura, para que a chapa seja fechada.
 
Esta conversa não ocorreu, apesar de Aécio e Serra terem se encontrado na semana passada em um jantar oferecido pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD). Depois disso, os dois encontraram-se novamente, em Uberaba, durante a Expozebu.
 
Entre os tucanos que conversaram sobre o assunto com Aécio ou com Serra estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de Goiás, Marconi Perillo; o secretário de governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, o senador Cássio Cunha Lima, o deputado Jutahy Magalhães, além do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que coordenou as duas campanhas de Serra à Presidência da República e que atualmente tem trabalhado no centro da pré-campanha de Aécio Neves.
 
Outra ponte importante para que a chapa seja fechada tem sido feita pelo ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, grande aliado de Serra e que tem participado com bastante frequência da pré-campanha de Aécio.
 
Apesar do cortejo, as conversas apontam que há ainda uma animosidade entre eles. Os mais ligados a Serra apostam que a união não é impossível de acontecer. Para os mais próximos, Serra tem emitido sinais claros de que aceita a empreitada. Entre os sinais citados estão as conversas com correligionários sobre o assunto e os encontros políticos com prefeitos no interior do estado que Serra intensificou nos últimos meses.
 
“A escolha do vice tem um componente pessoal do candidato que tem um peso muito grande. Mas Serra é uma das lideranças mais expressivas do nosso partido. Não é qualquer militante. É uma pessoa que tem uma experiência de gestor público que pode ser muito importante na campanha”, disse o deputado Mendes Thame (SP), um fiel aliado do ex-governador paulista e secretário-geral do partido.
 
Aécio, por sua vez, não descarta a possibilidade, mas também não tomou nenhuma iniciativa evidente de aproximação. Interlocutores mais próximos do mineiro apontam uma resistência maior à possível chapa e evocam como principal obstáculo a tensão na relação entre os dois tucanos.
 
Da parte de Aécio, há um entendimento cristalizado de que o vice tem que sair de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O nome do senador Aloysio Nunes soa mais palatável aos aecistas, mas esbarra nos rumores de seu envolvimento com o esquema de corrupção envolvendo a empresa Alstrom e obras no metrô de São Paulo durante os governos tucanos. Além disso, o vídeo divulgado na internet no qual Aloysio Nunes aparece insultando um blogueiro que insistia em entrevista-lo sepultou de vez as chances de que ele seja o vice.
 
“O que nós sentimos é que o vice será de São Paulo. O que existe de cristalizado é de que a vitória de Aécio passa pela vitória em São Paulo”, enfatizou Thame.
 
Há também, por parte dos aecistas, um temor de que Serra divida holofotes com Aécio, caso seja o candidato a vice. Neste caso, a campanha tucana teria que enfrentar problemas semelhantes ao que Eduardo Campos (PSB) tem precisado combater com Marina Silva de vice. Aécio, de acordo com um aliado, ainda avalia se vale a pena apostar na chapa puro sangue e correr o risco de um eventual atrito durante a campanha.
 
O anúncio do candidato, apostam os mais próximos de Aécio, só deve ser feito uma semana antes da convenção do partido, marcada para ocorrer no dia 14 de junho.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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