Prometidas pelo governo Pedro Taques em janeiro de 2015, nos primeiros dias logo após sua posse no Paiaguás, as obras de readequação do viaduto da Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, voltam a ser anunciadas, desta vez, pelo secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos.
O Viaduto Jornalista Clóvis Roberto é tido como uma das falhas mais grosseiras verificadas nas obras da Copa do Mundo Fifa 2014. No período chuvoso ocorrem grandes alagamentos e que geram avarias em veículos, prejuízos materiais e riscos à vida de quem por ele se arrisca a passar.
Esta semana o secretário Wilson Santos entregou ao prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) um projeto de infraestrutura realizado pelo Departamento de Engenharia da UFMT e que visa solucionar os frequentes alagamentos no viaduto. Durante o encontro ficou acordado que Pinheiro tem 10 dias para avaliar tecnicamente o projeto em virtude do decreto municipal nº 6.212, de janeiro de 2017, que disciplina os procedimentos para a realização de obras nas estruturas urbanas edificadas por ocasião da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014.
Para o prefeito, este procedimento é uma necessidade, uma vez que durante o período de chuvas esta obra tem causado diversos transtornos, além de prejuízos patrimoniais e materiais à população.
“Houve ali um sério problema na sua construção e desde sua finalização ela tem gerado problemas contínuos. Então, em respeito ao nosso decreto, nós iremos tomar conhecimento de todo o projeto, fazendo as ponderações e alterações necessárias dentro do prazo devido. Não vamos arrastar o processo, para que logo as obras sejam iniciadas e os contratempos, solucionados”, afirmou.
Para o secretário Wilson Santos, a participação efetiva da Prefeitura de Cuiabá para o andamento correto das obras é fundamental. “É de interesse do município ser parte do processo de melhorias da infraestrutura daquela região e nós somos absolutamente a favor do seu envolvimento. Esse trabalho feito de forma conjunta vai permitir que a obra solucione definitivamente o problema com os frequentes alagamentos, que tomaram proporções imensas e que hoje deixam a população no aguardo de uma solução permanente”, contou.
A reunião de apresentação das intervenções estruturais no viaduto também foi marcada pela atual interdição da ponte Benedito Figueiredo, sobre o rio Coxipó, que interliga o bairro Jardim Califórnia – Beira Rio, com a Avenida Engenheiro Quidauguro Fonseca, no bairro Coophema. O prefeito Emanuel Pinheiro pediu um prazo para o Estado, para que as obras necessárias que garantam a segurança à população sejam feitas em tempo hábil, eliminando os transtornos acarretados pelo desvio do trânsito.
“Estamos cobrando primeiro o projeto que deverá ser feito para a recuperação da ponte e, segundo, o prazo para que esta obra seja concluída. Queremos dar essa satisfação ao povo cuiabano, em virtude da interdição que causa inúmeras dificuldades para quem precisa trafegar por ali. Entretanto, compreendemos também que as condições climáticas acabam por atrasar esse procedimento, então vamos aguardar a manifestação do Estado”, concluiu o gestor.
Obras de drenagem
O professor de Engenharia Sanitária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Gonçalo Baicere explica que o viaduto da Fernando Corrêa foi executado sem as obras de drenagem. E que para corrigir a falha o projeto entregue ao prefeito Emanuel Pinheiro pela Secid prevê a execução de assentamento de tubulações com ponto de captação boca de lobo.
A primeira etapa da readequação será feita na entrada da Avenida Brasília até a Rua Haiti, considerado o ponto mais crítico, e também o ponto com tráfego mais pesado e que também acumula a maior quantidade de água pluvial da região. “Sem dúvida, este projeto é 200% melhor do que o original”, garante o engenheiro.
A região
Localizada completamente na área urbana, a microbacia do Barbado possui aproximadamente 12 km², tendo como principal corpo d’água o córrego do Barbado, que conta com nove km de extensão e passa por pelo menos 25 bairros de Cuiabá.
Conforme levantamento realizado pela UFMT, os alagamentos registrados na região estão associados a falhas no processo de urbanização da localidade, como também do trato inadequado das águas pluviais e resíduos sólidos. Tais fatores contribuem para a intensificação dos problemas de drenagem e também ambientais.