O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou o imediato cumprimento da decisão que cassou o mandato do deputado federal, Neri Geller, que também foi declarado inelegível por oito anos.
Na comunicação enviada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), o TSE informou que a decisão deve ser cumprida, independente da publicação do acórdão.
A Assessoria de Imprensa da Corte mato-grossense informou que a Presidência já recebeu o comunicado e está tomando as devidas providências.
Geller teve seu mandato cassado na noite desta terça-feira (23), pelo TSE, que reformou acórdão do TRE-MT e condenou o deputado por abuso de poder econômico e uso de “caixa 2”.
O relator do processo, o ministro Mauro Campbell, entendeu que a investigação do Ministério Público Eleitoral indicou que houve “triangulação” da arrecadação de recursos durante a campanha eleitoral em 2018.
De acordo com o MPE, o parlamentar usou R$ 1,43 milhão para comprar apoio político nas eleições de 2018.
Em seu parecer, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, citou a quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça que revelou que houve uma triangulação financeira, na qual Geller recebeu na campanha política cerca de R$ 1,8 milhão de empresas, entre elas a Bunge Alimentos S/A e Mutum Indústrias.
Os valores foram transferidos à conta bancária de seu filho, Marcelo Geller.
Geller teria usado parte dos valores recebidos para doar a 11 candidatos a deputado estadual, inclusive a concorrentes de partidos opostos, como Wilson Santos e Ondanir Bortolini, que venceram o pleito.
A decisão pode comprometer a candidatura de Neri nestas eleições, já que ele é candidato ao Senado Federal. No entanto, deve haver desdobramentos.
Neri já se pronunciou e disse que o resultado do julgamento é injusto e que irá recorrer da decisão.