O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a defender na segunda-feira, 14, sua política de tarifas, desta vez prometendo também sobretaxar “muito em breve” o setor farmacêutico, além de indicar ajuda às montadoras no país.
“Tarifas sobre fármacos virão em futuro próximo. Essas taxas não virão em um futuro tão distante, não”, afirmou. “Companhias farmacêuticas estão em outros lugares, como China, não mais nos EUA. Não produzimos mais os nossos medicamentos”, disse, criticando a dependência internacional. Para Trump, “quanto maiores as tarifas, mais rápido as empresas vêm para cá”.
Ao lado do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ele também prometeu buscar saídas para aliviar os impactos das tarifas sobre a indústria automobilística.
“Estou vendo uma maneira de ajudar montadoras de veículos”, afirmou. “As montadoras precisam de um pouco mais de tempo para se ajustar”, disse, sugerindo ainda possíveis alterações no acordo comercial USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá). “Talvez possamos fazer algo relacionado às partes de veículos dentro do USMCA, não sei.”
Ao comentar os impactos econômicos das tarifas, Trump afirmou: “Estamos fazendo US$ 3 bilhões por dia”. Segundo ele, os mercados “estão fortes, agora que se acostumaram com as tarifas”, embora tenham exigido uma pausa temporária, de 90 dias, “por conta dos mercados” na semana anterior.
Segundo Trump, as tarifas já têm efeito direto sobre o investimento no país. “A Nvidia anunciou investimentos nos EUA por conta das tarifas”, afirmou. Ele também disse que, “depois de Deus, amor e família, tarifa é a palavra mais bonita do dicionário”. E completou: “Tudo que preciso fazer é tarifar”. Para o republicano, a inflação também já está sob controle: “Já resolvemos o problema de inflação no país. Os números estão ótimos”.
IA
A Nvidia anunciou que, pela primeira vez, vai fabricar supercomputadores de inteligência artificial (IA) inteiramente nos EUA. Segundo a empresa, o projeto será viabilizado em parceria com indústrias que vão construir fábricas no Arizona e no Texas.
“Os motores da infraestrutura de IA do mundo estão sendo construídos nos EUA pela primeira vez”, disse Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia. A produção dos chips Blackwell, considerados essenciais para sistemas avançados de IA, já começou nas instalações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) em Phoenix. No Texas, fábricas que serão operadas com Foxconn, em Houston, e Wistron, em Dallas, devem entrar em operação em 12 a 15 meses.
A empresa afirma que a fabricação desses supercomputadores depende de uma cadeia de suprimentos altamente especializada, com tecnologias avançadas de empacotamento, montagem e testes. Para atender a essa demanda, a Nvidia firmou acordos com as empresas Amkor e SPIL, que também atuarão no Arizona.
Nos próximos quatro anos, a expectativa da companhia é de fabricar até US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA nos EUA. Esses supercomputadores alimentam as chamadas “fábricas de IA” – data centers voltados exclusivamente ao treinamento e operação de modelos de inteligência artificial. A previsão da Nvidia é construir dezenas desses centros, o que, segundo a empresa, pode gerar “centenas de milhares de empregos e trilhões de dólares em impacto econômico”.
A companhia também pretende usar tecnologias como o Omniverse, que cria “gêmeos digitais” das fábricas, e os robôs autônomos Isaac GR00T para tornar a produção mais eficiente.
Acordos
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, está priorizando o Reino Unido, a Austrália, a Coreia do Sul, a Índia e o Japão como seus principais alvos para novos acordos comerciais, após Trump anunciar uma onda de tarifas, inclusive sobre esses países, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Bessent disse a aliados que esses países estão entre seus principais alvos e que tem mantido contato com autoridades de cada um deles, explicaram essas pessoas.
A iniciativa de Bessent de se envolver rapidamente com autoridades de países que foram atingidos por uma tarifa de pelo menos 10% ocorre depois que ele se tornou um conselheiro crucial do presidente em questões comerciais e um importante negociador dos EUA. (COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRES)