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Trump alivia taxas para carros e peças importados por montadoras

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na terça, 29, decreto que reduz as tarifas impostas a carros e a peças automotivas importados como forma de aliviar os prejuízos que as montadoras americanas disseram que teriam com as novas taxas sobre itens estrangeiros.

Conforme as companhias e analistas de mercado, as tarifas impostas pelo republicano poderiam aumentar os preços, reduzir as vendas e tornar a produção americana menos competitiva em todo o mundo. Trump descreveu as mudanças de ontem como uma “ponte para que as montadoras transferissem mais produção para os Estados Unidos”.

“Queríamos apenas ajudá-las (as montadoras) durante essa pequena transição, de curto prazo”, disse Trump ontem. “Não queríamos penalizá-las.”

A medida ocorre duas semanas depois de o governo americano isentar smartphones, computadores, semicondutores e itens eletrônicos de suas tarifas punitivas impostas à China em razão de preocupações de empresas como a Apple de que os impostos de importação fariam os preços dispararem para os consumidores dos EUA.

Ontem, a General Motors anunciou que desconsideraria a previsão anterior de crescimento dos lucros neste ano em razão da incerteza criada pelas políticas comerciais de Trump. A montadora, que vende mais veículos nos Estados Unidos do que qualquer outra empresa, afirmou que qualquer previsão de lucro agora seria um “chute”.

“Não podemos confiar nas orientações anteriores”, disse Paul Jacobson, diretor financeiro da GM, durante uma teleconferência com jornalistas.

Howard Lutnick, o secretário de Comércio, disse que as mudanças foram resultado de conversas com as montadoras nacionais e que o governo estava em “contato constante” com as empresas para analisar seus negócios e garantir que a política tarifária estivesse totalmente correta. “Donald Trump e sua presidência vão trazer de volta a produção nacional de automóveis”, disse Lutnick.

Conforme as regras anunciadas ontem, as montadoras receberão uma isenção da tarifa de 25% sobre peças automotivas importadas, equivalente a 15% do preço de varejo do carro. No segundo ano, a isenção será oferecida para 10% do preço de varejo do carro; a vantagem desaparecerá no terceiro ano.

Com o reembolso de tarifas para peças automotivas, por exemplo, analistas do banco britânico Barclays calcularam que um carro de US$ 50 mil poderia ter US$ 1.875 em itens que não estariam sujeitos a tarifas. Peças automotivas do Canadá e do México em conformidade com o acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá permanecerão isentas de impostos.

Histórico

Em março, a Casa Branca anunciou planos para impor uma tarifa de 25% sobre automóveis e autopeças importados, apostando que os consumidores comprariam carros mais caros no curto prazo em troca da recuperação dos empregos perdidos na indústria.

Os impostos sobre automóveis entraram em vigor em 3 de abril, com as montadoras alertando que poderiam levar anos para aumentar a capacidade de produção dos EUA. A tarifa foi adicionada a um imposto já existente de 2,5% sobre carros importados, totalizando 27,5%. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Estadão Conteudo

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