Política

‘Troca de modal BRT para VLT será o maior escândalo de MT’, diz Santos

Deputado Wilson Santos (PSDB) disse que o processo de escolha do modal VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), em substituição ao BRT (Bus Rapid Transport), no governo Silval Barbosa (PMDB), deverá comprovar o maior escândalo de desvio de dinheiro público da história de Mato Grosso. A declaração do parlamentar, líder do governo, ocorreu na manhã desta terça-feira (5), durante os trabalhos da CPI das Obras da Copa do Mundo de 2014, que realizou a segunda oitiva com o ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães.

Nos questionamentos, Guimarães afirmou não ter conhecimento a respeito das razões que levaram a gestão do peemedebista, com aval da Assembleia Legislativa, sob a presidência do ex-deputado José Riva, a optar pelo VLT como modal de transporte. Santos, membro titular da CPI, destacou que não haveria comprometimento com o caixa público estadual, caso o governo Barbosa tivesse escolhido o BRT, como estava previsto na Matriz de Responsabilidade junto ao governo federal.

“Havia um relatório técnico no Ministério das Cidades, que foi alterado, garantindo que o ideal para a cidade era o BRT. Tinha nota técnica condenando o VLT. Nenhum representante do Departamento de Engenharia Civil da UFMT foi consultado”, pontuou o deputado. Sugeriu ainda possível omissão por parte de comissão do Poder Legislativo, formada por 11 parlamentares à época, responsável pelo acompanhamento das obras da Copa.

O deputado observou que no conjunto do processo para aquisição do item “vagões”, há apontamentos de pagamento a mais de R$ 88 milhões. “Pode-se dizer que no item vagões encontrou-se meio de assegurar propina para pagar alguém. E tudo isso começou com a falta de planejamento”.

Acrescentou ainda que “a CPI não irá se intimidar e que irá apontar os responsáveis pelas irregularidades. Houve negligência, irresponsabilidade, conluio, e má intenção na definição de um modal que propiciou um legado que levará no mínimo 10 anos para se corrigir”.

O modal BRT, ao custo aproximado de R$ 423 milhões, contava com recursos federais. Ao acenar positivamente para o VLT, o ex-governador Silval Barbosa assumiu para os cofres do Estado, ônus relativo ao valor do modal, de aproximadamente R$ 700 milhões na fase inicial. O governo já pagou mais de R$ 1,6 bilhão, considerando a obra ter sido contratada em Regime Diferenciado de Contratação (RDC) por R$ 1,4 bilhão. A conclusão da obra estava prevista para junho de 2014. Consultoria KPMG, contratada pelo governo Pedro Taques, revela serem necessários mais R$ 600 milhões para conclusão das obras.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões