Dois homens e uma mulher foram presos na tarde da última quinta-feira (18), em Rondonópolis (212km ao sul de Cuiabá-MT), após aplicarem o golpe do falso médico em vítimas no estado de Minas Gerais. Em Governador Valadares (MG), familiares do paciente chegaram a depositar quase R$ 4 mil reais para a realização de falsos exames médicos.
Os investigadores da Delegacia Especializados em Roubos e Furtos (Derf) identificaram os estelionatários após cumprirem a continuidade de um boletim de ocorrências por tráfico de drogas.
Segundo o delegado Gustavo Belão, o suspeito Rafael Rodrigues Fernandes, 23, recebia uma ligação de um interlocutor perguntando se ele já havia sacado o dinheiro que foi depositado em sua conta e que deveria entregar o cartão do banco e o dinheiro a uma mulher “morena e magra” próximo a sua residência.
Os policiais identificaram a Ana Kelly Silva Santos, 26, no endereço indicado falando ao telefone. Após abordagem policial, o irmão de Rafael, Edvaldo Rodrigues Fernandes (autuado pelo crime de tráfico de drogas) ligava para pedindo o dinheiro e para saber se a transação bancaria havia dado certo.
O interlocutor a todo momento realizava chamadas telefônicas exigindo o dinheiro e que parte do valor transferido iria para o comando e fazia ameaças a um dos suspeitos. Rafael disse aos investigadores, que apenas emprestou sua conta ao seu irmão, já que ele iria receber um valor referente a um serviço que havia feito.
Rafael se deslocou até os caixas eletrônicos de sua agência bancária, a qual retirou um extrato, comprovando a transferência bancária realizada por uma das vítimas do golpe do falso médico na cidade de Governador Valadares em Minas Gerais.
O trio foi encaminhado para a Derf de Rondonópolis para as providências cabíveis.
O golpe
De acordo com o boletim de ocorrência confeccionado pela Polícia Militar de Minas Gerais, uma das vítimas, recebeu a ligação de um suposto médico alegando que seria preciso realizar alguns novos exames do paciente que se encontrava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, já que o plano de saúde dele, não cobria tais procedimentos e que uma equipe da própria operadora de saúde iria realizar todo o trâmite desses exames.
A primeira quantia exigida foi de R$ 1.430, para depositar na conta de Rafael Rodrigues Fernandes. A vítima, que recebeu a ligação, realizou o deposito após entrar em contato com o restante da família, deixando todos conscientes sobre a situação.
Logo no momento que foi confirmado o depósito, o suposto médico retornou a ligar para a vítima, explicando que outros exames teriam que ser realizados em razão de novas necessidades. Então, o valor de R$ 1.200 transferido online para outra conta bancária, por um dos familiares desse paciente.
Na terceira ligação recebida por outro familiar, o suposto médico usando os mesmos argumentos anteriores, pediu que um terceiro depósito no valor de R$ 1.360 fosse feito em uma conta de outro banco.
Desconfiado, um dos familiares foi até o hospital e explicou toda a situação e recebeu a confirmação de que tinham sido vítimas do golpe do falso médico ou golpe da UTI, como é conhecida essa prática de crime.
Todos os familiares foram alertados para que não atendessem nenhuma ligação de números desconhecidos de sua agenda e nem realizassem transferências bancárias. As vítimas entraram em contato com seus respectivos bancos pedindo para bloquear os depósitos. Contudo, a família só conseguiu bloquear R$ 918 do valor de aproximadamente R$ 4 mil que foram depositados ou transferidos.(Com Agora MT)