Política

Tribunal de Contas recebeu denúncia anônima contra Silval e Nadaf em 2016

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia investigado esquemas delatados pelo ex-governador Silval Barbosa em delação firmada com o STF (Supremo Tribunal Federal), cujo conteúdo foi publicado nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

Informações repassadas ao Circuito Mato Grosso apontam que em outubro do ano passado, o Tribunal recebeu uma denúncia anônima de supostas operações de fraudes envolvendo os personagens citados por Silval Barbosa.

“Todas as declarações do Silval Barbosa foram apuradas por uma comissão de dois auditores substitutos e procurador de contas. Esse documento foi enviado em mãos ao procurador geral da República em Mato Grosso [Rodrigo Janot], foi enviado em mãos do procurador República em Mato Grosso, Ricardo Nogami, foi enviado ao Ministério Público Estadual, está sendo apurado pela [Procuradoria] de Patrimônio Público. Ou seja, o tribunal [de Contas] deu a cara a tapa”.

Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em acordo de delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) relata que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) em troca do apoio de parlamentares do Estado. O fato, de acordo com o delator, teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado (2003-2010).

O acordo de colaboração de Barbosa foi assinado há cerca de dois meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e aguarda homologação do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na quarta (2), o magistrado declarou que a colaboração é "monstruosa", mas se recusou a dar detalhes.

Além do ministro, Silval Barbosa citou os senadores Wellington Fagundes (PR-MT) e Cidinho Santos (PR-MT), suplente de Maggi. Os dois teriam se beneficiado de recursos ilícitos.

O ex-governador também relata fatos envolvendo pelo menos três deputados federais com mandatos em curso, cujos nomes a reportagem não identificou, além de repasses a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Barbosa relatou ainda pagamento de um "mensalinho" para deputados estaduais que atuaram na sua gestão para lhe garantir apoio.

Como evidência, forneceu vídeos dos parlamentares estaduais recebendo dinheiro em espécie. Envolvidos no acordo afirmaram à reportagem que os valores giravam em torno de R$ 80 mil.

Pedro Nadaf

As informações obtidas pelo Circuito Mato Grosso mostram ainda que a denúncia anônima recebida pelo Tribunal de Contas em outubro de 2016 cita o ex-secretário Pedro Nadaf como participante de um suposto esquema.

No começo de julho, a juíza Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, Selma Arruda, confirmou que Nadaf assinou termo de delação premiada com STF. O conteúdo do depoimento, no entanto, ainda não foi divulgado. Sabe-se que o esquema envolve figuras com foro privilegiado em âmbito federal.  

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