Política

TRE nega diplomação a Fávaro e manda juntar processo à investigação em andamento

O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) rejeitou abrir uma nova investigação contra a senadora eleita Selma Arruda (PSL) por indícios de caixa de 2 campanha.  O desembargador Pedro Sakamoto decidiu integrar ação proposta por Carlos Fávaro (PSD) ao processo já andamento com base em documentação semelhante. A decisão é desta quarta-feira (31) que também negou o pedido Fávaro de substituição de diplomação ao Senado por causa da irregularidade em investigação. 

O desembargador Sakamoto afirma que a pedido de Carlos Fávaro de substituição dos candidatos eleitos é “desarrazoado” e “desproporcional”, pois “afronta a soberania democrática das urnas”.  

“Quanto ao pedido de tutela provisória voltado a impedir a diplomação dos requeridos e efetuar, em seu lugar, a diplomação do requerente Carlos Fávaro e de seus respectivos suplentes, entendo que tal pretensão é de todo desarrazoada e desproporcional”. 

“Cuida-se de medida de extrema gravidade, que implica a subversão da soberania democrática das urnas, de modo que jamais poderia ser adotada  em antecipação ao completo esclarecimento dos fatos, salvo em situações de cabal demonstração de fraude eleitoral, o que não se verifica na espécie”. 

O pedido de Fávaro foi protocolado ontem. A justificativa de abrir a investigação contra Selma Arruda baseia-se na denúncia do empresário Luiz Gonzaga Rodrigues, o Junior Brasa, dono da Genius Publicidade e ex-prestador de serviço à juíza aposentada para serviços de publicidade eleitoral. Brasa cobra o pagamento de R$ 1,1 milhão por serviços realizados em abril deste ano, fora do prazo oficial de campanha. O TRE-MT e o Ministério Público Eleitoral (MPE) abriram ação de investigação à Selma no mês passado. 

No recurso de Fávaro apresentados documentos já divulgados pelo empresário e pelo empresário Sebastião Carlos (Rede), que também concorreu ao Senado. Em seu julgamento, o desembargador Sakamoto afirmou que condutas ilícitas alegadas por Carlos Fávaro – abuso de poder político, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social – têm alta carga de “valoração subjetiva”. 

“Diante do exposto, indefiro a tutela provisória almejada, bem como a quebra do sigilo bancário dos réus e a colheita de seus depoimentos pessoais”, disse. 

O ex-vice-governador ficou em terceiro na disputa ao Senado. Selma foi eleita com 24,65% dos votos e Fávaro, com 15,80%. Para a segunda vaga foi eleito Jayme Campos (DEM) com 17,82%.  

Conforme denúncia divulgada no mês passado pelo jornal A Gazeta, a juíza aposentada teria assinado quatro cheques para pagamento ao ex-marqueteiro de campanha antes do prazo autorizado pela Justiça.  

O primeiro cheque teria sido emitido em 10 de abril de 2018 no valor de R$ 150 mil; o segundo em 4 de maio, também de R$ 150 mil; o terceiro, no mesmo valor, em 21 de maio; e o quarto em 16 de julho, no valor de R$ 100 mil, somando R$ 550 mil. A campanha neste ano teve início em 16 de agosto.  

Ainda conforme o jornal, todos os cheques foram compensados e microfilmados. Ainda foi quitada uma parcela no valor de R$ 150 mil, da conta do primeiro suplente de Selma, Gilberto Possamai, emitido no dia 7 de agosto, pré-datado para 7 de setembro, porém, com autorização foi sacado fora do prazo.  

Portanto, a totalidade quitada durante o período de pré-campanha soma o valor de R$ 700 mil. Selma declarou até agora despesas eleitorais de R$ 413 mil. 

 Juntada 

O desembargador Pedro Sakamoto determinou que a ação de Fávaro seja juntada à ação do advogado Sebastião Carlos (Rede) que já tem audiência marcada para 13 de novembro. 
 
"Saliento, por importante, que a reunião de processos não acarretará prejuízo às partes, uma vez que será assegurada ampla dilação probatória e manifestação dos réus a respeito dos fatos articulados no petitório em comento", explicou.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões