Opinião

Transitoriedade

Não te aflijas com a pétala que voa,

Também é ser, deixar de ser assim.

(4°. Motivo da Rosa, Cecília Meirelles)

 

Não te aflijas se, aos poucos, despetalo,

Apenas sou, se me desmancho assim…

Jamais serei eterna no jardim,

Altiva e perfumada sobre um talo.

 

Expresso muito mais, quando me calo,

E, se desbota a minha cor carmim,

Tudo transmuda, nada tem um fim,

Viver-morrer, resisto no intervalo.

 

Eu deixo versos onde quer que passe,

Um pouco, enfim, de mim, no desenlace

Das pétalas que, soltas, vão-se embora…

 

Versejo porque morro a cada instante,

Renasço em meus poemas, sigo avante,

Enquanto, em meu entorno, tudo enflora.

 

Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua PortuguesaSeus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.  

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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