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Trabalhadores paralisam atividades na Trincheira Jurumirim (Veja Fotos)

 
Um dos principais questionamentos dos profissionais é quanto ao reembolso de viagens. Acontece que a grande maioria dos trabalhadores é de outros estados e a cada 90 dias trabalhados eles têm o direito de passar cinco dias em casa.  
 
Os custos com alimentação (café da manhã, almoço e janta) são custeados pelos trabalhadores e quando retornam à Cuiabá e empresa repassa os valores gastos pelos profissionais. O problema, contudo, é que há três meses esse reembolso não está sendo efetuado. 
 
O ajudante de obras Marcos Souza alega que o principal problema é o não pagamento do reembolso, que está em atraso há 3 meses - Foto: Camila Ribeiro“Há três meses a empresa não nos repassa esse reembolso. Já temos salários baixíssimos e ainda somos obrigados a gastar com uma coisa que a empresa se comprometeu em pagar”, reclamou o ajudante de obras, Marcos Souza. 
 
Vindo do Maranhão, o servente Antonio Manoel da Silva Neto diz também que a empresa paga a passagem para os profissionais irem pra casa, mas os ônibus à disposição dos trabalhadores estão em condições precárias. “A viagem de ida, que deveria demorar quatro dias, por exemplo, acaba virando cinco, por que o ônibus quebra e aí ‘é um abraço’. O problema, é que se acontece uma coisa dessa, desconta do dia que a gente teria direito pra ficar com nossa família, a empresa não quer nem saber”, comentou.  
 
Os funcionários alegam ainda, que quando foram contratados a promessa era de que o pagamento de hora-extra melhoraria um pouco o salário dos profissionais, que é de R$ 897 (servente) e R$ 1.300 (carpinteiro). Eles alegam, no entanto, que chegando aqui a empresa responsável pela obra os impediu de fazer hora-extra, sob a alegação de que não tem dinheiro para pagar. 
 
“Mesmo a obra sendo tão importante para o Governo, ela não vai pra frente, porque somos praticamente impedidos de trabalhar. Ninguém aqui quer morrer trabalhando, só queremos ganhar um pouquinho mais, que foi aquilo que eles nos prometeram”, argumentou o servente Antonio Neto. 
 
Atualmente os profissionais trabalham apenas de segunda a quinta das 7h as 17h e as sextas a jornada de trabalho é das 7h as 16h. 
 
Doença – Alguns trabalhadores afirmam ainda que, em casos de doença, são eles próprios que têm que arcar com todos os gastos. O servente Manuel Silva, por exemplo, que veio de São Paulo para trabalhar na obra, alega que está sofrendo com problemas na coluna e teve que custear as despesas com exames, consultas médicas, locomoção para hospital, já que segundo ele, a empresa não se compromete com nada. 
 
“Eles também não mandam ninguém embora não. Se a gente tem qualquer problema de saúde e precisa faltar, eles não estão nem aí, já dão advertência e não querem nem saber de nada. Pra eles, o ‘peão’ tem que morrer na obra”, reclamou Silva. 
 
O servente Renato Bento Pereira ainda assegura que “se o trabalhador tiver três advertências ele já é mandado embora com ‘uma mão na frente outras atrás’”. Além disso, os profissionais alegam que todos os meses, a empresa desconta dos vencimentos, valores referentes a alimentação, alojamento e plano odontológico, sendo que eles nem usufruem deste último “benefício”. 
 
Carpinteiro Antonio Rocha diz que até mesmo os EPIs entregues aos trabalhadores estão em condições precárias de uso - Foto: Camila RibeiroDurante o tempo que a reportagem do Circuito Mato Grosso permaneceu na obra, nenhum encarregado ou representante da empresa Sobelltar foi encontrado para comentar o caso. “Os encarregados só sabem vir aqui para cobrar o uso do EPI e pra ficar fazendo reunião à toa. Na hora que precisamos cobrar alguma coisa eles mandam a gente ‘se virar’ e somem, saem correndo. Cade? Você está vendo algum deles por aqui?”, questionou o carpinteiro Antonio José Rocha. 
 
Rocha, que veio do Maranhão, segundo ele, empolgado com falsas promessas, diz que até mesmo os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) oferecidos aos profissionais estão em péssimas condições. “Trabalhamos com luvas rasgadas, roupa rasgada, equipamentos em condições precárias”, alegou o servente. 
 
“Agora engraçado é que na hora que o governador vem visitar obra, aí aparecem equipamentos ótimos pra mostrar que aqui a situação está perfeita”, argumentou o trabalhador. 
 
Os profissionais alegam que a empresa teria dito que a Secopa está com repasses atrasados. Os trabalhadores prometem continuar com a paralisação enquanto não receberem um posicionamento da empresa.
 
Obra crítica 
 
Orçada em R$ 39 milhões, a obra da Trincheira Jurumirim-Trabalhadores é uma das mais atrasadas, conforme apontou relatório da Copa, divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), no último dia 5. Até o final do mês de junho a obra possuía 48,50% dos serviços executados, percentual bem aquém dos 90,71% previstos para esse período 
 
“Ela está atrasada e vai ficar ainda mais se as coisas continuarem do jeito que estão”, afirmou o carpinteiro Antonio José Rocha. 
 
Outro Lado 
 
A reportagem tentou entrar em contato com o consórcio Sobelltar/Secopa, responsável pela obra da trincheira Jurumirim, mas as ligações não foram atendidas. 
 
A Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), por sua vez, alegou que o secretário adjunto Alisson Sander estava em uma reunião, mas ainda hoje a Secretaria deverá se posicionar sobre o assunto. 
 
Foto: Camila RibeiroFoto: Camila Ribeiro Foto: Camila Ribeiro
Foto: Camila Ribeiro Foto: Camila Ribeiro Foto: Camila Ribeiro
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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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