Os trabalhadores da fábrica da Ford em Taubaté (SP) aprovaram em assembleia, na tarde desta quarta-feira (9), a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo federal. A medida deve assegurar a manutenção de 300 empregos na planta, considerados excedentes pela montadora.
A proposta aceita pelos empregados prevê redução de 20% no salário e na jornada de trabalho. Como 10% do rendimento dos funcionários será complementado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), eles vão passar a receber 90% do rendimento mensal.
Além disso, o acordo prevê redução de 20% no valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2016 que já havia sido negociada. Com isso, o valor de R$ 16 mil será reduzido.
Se aprovada pelo governo, a medida valeria a partir de 1º de março de 2016, por seis meses, podendo ser estendida até 30 de junho de 2017. Em contrapartida, a empresa não pode demitir até março de 2018 – exceto por justa causa.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o modelo da redução da jornada deve ser discutido posteriormente – a maioria das fábricas onde o programa foi aprovado dá um dia de folga aos funcionários.
A planta emprega cerca de 1,3 mil e produz transmissões e motores Sigma 1.5, modelo utilizado no novo Ka sedan e no New Fiesta.
Pró-emprego
Para participar do plano que reduz salários e jornada em troca de estabilidade, as empresas devem comprovar que passam por dificuldades financeiras.
Neste ano, a Ford vem adotando medidas para adequar a produção à demanda do mercado. Entre as medidas estão férias coletivas e suspensão dos contratos de trabalho 'layoff'. Em março, a multinacional demitiu 140 pessoas.
A Ford seria a quinta empresa da região a aderir ao modelo pró-emprego – além dela aderiram a Grammer, em Atibaia; Volkswagen e Gestamp em Taubaté e a Maxion em Cruzeiro.
Ford
A Ford informou, por meio de nota, que após utilizar diversas ferramentas como férias coletivas, banco de horas e layoff para adequar a produção à significativa desaceleração da demanda automotiva, finalizou a negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté para implementação do PPE)como forma de administrar o excedente de empregados na unidade.
Fonte: G1