O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT) disse que toda bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, incluindo senadores, recebeu doação de R$ 500 mil da JBS por meio de transferência oficial em conta de campanha eleitoral, em 2014.
Em no caso do PMDB, o dinheiro teria sido transferido para a conta da executiva nacional do partido, que repassou para as campanhas de candidatos beneficiados.
“Isso está registrado no cartório eleitoral, de jeito legal, oficial. Não só eu recebi como toda a bancada de Mato Grosso recebeu doação [da JBS]. É uma declaração desonesta dizer que o dinheiro foi repassado pelo [ex-deputado federal Eduardo] Cunha”.
Bezerra apontou que Neri Geller (PMDB-MT), foi beneficiado com a doação de meio milhão para a campanha de 2014. Ambos são citados em reportagem da revista Época, que divulgou uma lista de supostas doações ilegais.
A lista teria sido criada por meio de articulação do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato. De acordo com Época, Cunha teria recebido R$ 30 milhões para compra de votos de deputados na eleição da Mesa Diretora da Câmara.
A lista de beneficiados por empresas mediante articulação de Cunha foi entregue por diretores da JBS ao Ministério Público Federal junto a outra leva de documentos que trazem à tona a compra indiscriminada de deputados para garantir a vitória do ex-deputado na eleição para presidente da Câmara, em 2015.
Ainda de acordo com a reportagem, a lista de beneficiados foi entregue por diretores da JBS à Justiça e joga luz num episódio que será capital na delação do ex-deputado federal Eduardo Cunha: a compra indiscriminada de deputados, sobretudo do chamado centrão, para garantir a vitória do peemedebista na eleição a presidente da Câmara, em 2015.
Na planilha não aparece valores. No registro de contas de campanha, Bezerra declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) ter recebido R$ 500 mil da JBS e mais R$ 500 mil por meio do diretório nacional do PMDB, totalizando R$ 1milhão.