Por vislumbrar indícios de maus tratos ao animal, o desembargador Roberto Maia, da 2ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo, autorizou a transferência de uma elefante do zoológico de Ribeirão Preto para um santuário de elefantes no Mato Grosso.
O desembargador acolheu pedido do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e reformou decisão de primeiro grau, que havia negado a transferência. O Fórum anexou aos autos um laudo do Conselho Regional de Medicina Veterinária que indicou que a elefante, batizada de Bambi, sofreu "severos maus tratos" ao longo dos cinco anos em que permaneceu no zoológico.
"Em sede de cognição sumária e provisória, destaco a existência de imagens e laudos técnicos dando plausibilidade às alegações de maus tratos, robustecida pela insatisfação popular, além do perigo existente, desde o próprio prolongamento do sofrimento em si, como possível morte do elefante e a especialização do santuário para acolhimento deste espécime. Por tal razão, concedo o efeito ativo na forma requerida", disse o desembargador.
A elefante será transferida para um recinto de 25 mil m², somente para si, com vegetação nativa virgem, em local que não é aberto a visitação. Somente após ambientada com os demais elefantes que ocupam os recintos vizinhos, será permitida a aproximação entre eles, conforme informações prestadas pelo Fórum nos autos.
A elefante Bambi tem 58 anos, é cega de um olho e apresenta outros problemas de saúde. O caso será julgado pelo colegiado do TJ-SP, o que ainda não tem data para acontecer.