Jurídico

TJ adverte procurador por interromper julgamento: “Terá microfone cassado”

Presidente da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador Marcos Machado chamou a atenção do procurador de Justiça, Alexandre de Matos Guedes, que interrompeu, por algumas vezes, o julgamento que estava decidindo se a médica Letícia Bortolini iria ou não a júri popular pela morte do verdureiro Francisco Lúcio Maia.

Durante o voto, o desembargador Orlando Perri, relator do caso, contestou a validade do testemunho da filha da vítima, a respeito da alegada embriaguez da médica, visto que a intenção da mesma era buscar a punição da ré.

Logo depois, o representante do Ministério Público contestou a declaração.

“Questão de ordem! Quero protestar a inferência de que declaração da vítima se presta ao interesse econômico da reparação de danos”, disse Alexandre Guedes.

Em seguida, Marcos Machado o advertiu.

“O senhor precisa, doutor Alexandre, estudar o regimento interno do Tribunal para entender o que é questão de ordem e questão de fato. O senhor não interrompa mais enquanto nós estivermos julgando! Será cassado o seu microfone! Ao final do voto, se o senhor quiser fazer [apontamentos], o senhor peça. Nenhum procurador de Justiça atua dessa forma e nós não vamos admitir”, disse o desembargador ao ordenar a continuidade do julgamento.

Ao final, a câmara julgadora desproveu o recurso do MPE e deixou de submeter a médica ao Tribunal do Júri.

Redação

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