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Testemunha de Silvinei diz que PRF identificou materialidade, mas não autoria de blitze

O servidor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Alexandre dos Santos Lopes afirmou nesta segunda-feira, 21, em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), que a investigação preliminar realizada por ele na corregedoria da Corporação identificou a “materialidade” das blitzs realizadas durante as eleições de 2022, mas não a “autoria”.

“Nós identificamos uma trilha de materialidade, mas não de autoria. Não havia elementos com segurança para apontar ou afastar autoria de qualquer servidor. O fato é que seriam necessárias novas diligências, confrontação de elementos de prova”, afirmou.

Lopes foi arrolado como testemunha de defesa de Silvinei Vasques, então diretor-geral da PRF nas eleições de 2022. O servidor afirmou na audiência desta segunda-feira que as informações coletadas na investigação preliminar conduzida pela corregedoria da instituição não permitiu apontar a responsabilidade de cada pessoa envolvida na operação.

A defesa de Silvinei questionou o servidor sobre o envolvimento do diretor-geral nas operações que, conforme indícios apurados pela Justiça Eleitoral, teriam interferido no segundo turno das eleições.

Lopes repetiu aos advogados que “não havia condições naqueles primeiros meses (de investigação), a partir das diligências realizadas, apontar autoria ou isentar qualquer servidor de possível sanção disciplinar”.

Segundo o servidor, o inquérito se concentrou em compreender o fato, se de fato ocorreu e em quais circunstâncias as operações em rodovias federais foram realizadas. Uma das abordagens adotadas pela corregedoria na apuração preliminar foi escrutinar os “números operacionais”, ou seja, a quantidade de abordagens realizadas em cada localidade.

Lopes afirmou ter encontrado “inconsistências” em relação aos números operacionais apresentados em cinco Estados. “Eu me recordo dos Estados do Pará, Maranhão, Santa Catarina, Sergipe e algum outro Estado do Nordeste”, afirmou.

A investigação preliminar realizada pela PRF foi remetida à Controladoria-Geral da União (CGU) e depois retornou à corporação, segundo declarou Lopes. O servidor relatou, contudo, não ter tido mais contato com o processo desde que ele retornou da CGU.

Já o inspetor da PRF Anderson da Silva Costa afirmou que Silvinei não fez pedidos de direcionamento das operações para regiões de eleitorado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a testemunha do ex-diretor-geral, as ações da corporação durante as eleições “sempre foram a mesma coisa”.

“A gente não notou diferença de diretriz. Não foi nada que chamou atenção para mim”, afirmou.

Estadão Conteudo

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