Passaram 50 dias da noite de um domingo de setembro que levou praticamente 20 milhões de peças do acervo do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no bairro São Cristóvão, Rio de Janeiro. Gigantescas labaredas também destruíram parte do edifício: rachaduras, desabamento da cobertura, queda de lajes internas. De costas, D. João VI, morador do Palácio da Quinta da Boa Vista nos anos oitocentos, incólume passou a tudo.
Por dias a fio a televisão noticiou a catástrofe…
O mês de setembro passou… O que a mídia televisiva tem informado aos brasileiros sobre as ações tomadas pelo governo brasileiro e pela direção do Museu Nacional? Ao contrário da cobertura dada ao incêndio, a divulgação da telinha tem deixado muito a desejar. Raras são as notícias dadas sobre a situação atual do museu e as medidas que estão em curso.
Mas, semana passada, o Museu Nacional, ainda que timidamente, voltou às telas da televisão para noticiar o achamento de Luzia. Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, foi encontrado entre os escombros do Museu Nacional. Crânio, fêmur e outras partes do esqueleto de Luzia, a “Eva brasileira”, foram encontrados, o que corresponde a 80% dos fragmentos existentes na instituição antes do incêndio, conforme informações de pesquisadores que examinam o material. Como foi notificado, “o incêndio transformou o Museu Nacional em uma espécie de sítio arqueológico que vai ser escavado com todo o cuidado por profissionais experientes. Eles vão poder identificar o que é acervo e que pode ser recuperado entre toneladas de entulho.”
Fazendo um percurso pelo Google, é possível saber um pouco sobre as ações que o governo brasileiro tem tomado em relação ao Museu Nacional. A campanha “Não estamos de LUTO e sim na LUTA” consiste em um conjunto de esforços por parte do Museu Nacional. Atualmente, os trabalhos acham-se na delicada fase de retirada dos escombros, da separação de entulho e acervo e na efetivação do projeto para a reconstrução da instituição.
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