Política

“Tenho provas de que nunca sugeri nomes ao MPE”, diz Mauro Zaque

Ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), o promotor de Justiça Mauro Zaque rebateu as afirmações feitas pelo governador Pedro Taques (PSDB), de que teria tentado interferir na escolha para a Procuradoria-Geral de Justiça de Mato Grosso.

Na última sexta-feira (12), Taques disse que após a formação da lista tríplice para o cargo, em que o atual procurador-geral, Mauro Curvo, foi o mais votado pelos membros do Ministério Público Estadual (MPE), o promotor teria entrado em contato, pedindo a indicação de José Antônio Borges.

Zaque diz nunca ter acontecido tal conversa e, inclusive, teria provas que contestam a declaração do político.

“De forma alguma, nunca houve essa conversa. E, tenho como provar, porque tenho a conversa no WhatsApp, no mesmo dia que foi nomeado [o procurador Mauro Curso], em que eu sequer menciono o nome de José Antônio Borges. Quando o governador fala que já escolheu, eu falo ok, beleza, tranquilo”, explicou o promotor, em entrevista à Rádio Capital, na última segunda-feira (15).

Zaque disse que qualquer um poderia chegar a pleitear apoio ao candidato mais viável, entretanto ele negou ter acontecido esta situação. O promotor relatou que mesmo nutrindo uma boa relação de respeito por José Antônio, a suposta “indicação” não seria pertinente ao grupo que pertence no MPE.

“O doutor Mauro Curvo, que foi escolhido, é do meu concurso, a doutora Eliana Maranhão É minha amiga pessoal, trabalhamos juntos no Gaeco, enfim. Se fosse para influenciar por alguém, seria pela Eliana, pois o Mauro Curvo já era do grupo que estava [no poder] e ficou em primeiro lugar. Então, se fosse influenciar seria pela doutora Eliana, o que seria legítimo”, pontuou Zaque.

Whatsapp

Com relação às conversas que têm com o governador registradas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, o promotor diz que não irá divulgar, mas verá qual medida deve tomar para que as mensagens possam ser utilizadas pela Procuradoria-Geral da República.

“Não vou divulgar isso agora, porque como levantou isso, eu to avaliando que medida eu vou tomar com relação a este fato e com certeza isso vai ser objeto também de apreciação lá na Procuradoria-Geral da República”, declarou.

O governador revelou a suposta interferência do promotor, após o esncândalo envolvendo a suspeita de “grampos” ilegais realizados pela Polícia Militar de Mato Grosso, em que se utilizaria do esquema para monitorar adversários políticos do Governo, jornalistas, advogados, empresários e outros. O caso foi denunciado pelo promotor Zaque, e envolveria o próprio governador.

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Valquiria Castil

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