G1 Mato Grosso
A tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur Dechamps, que foi indiciada pela polícia por crimes de tortura e castigo após a morte de um aluno da corporação, pode ser promovida a capitã na corporação em julho deste ano. O nome dela consta em uma lista montada pela Comissão de Promoções de Oficiais da instituição, que fez a seleção dos militares que possuem tempo de serviço suficiente para subirem de nível. A informação foi confirmada pelo tenente-coronel Arboes Jacob.
Rodrigo Claro, de 21 anos, morreu no dia 15 de novembro, após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora. O G1 não localizou a defesa da tenente. À reportagem, a mãe do aluno, Jane Claro, afirmou que a família lamenta a possibilidade, mas já esperava que isso acontecesse.
“Com essa atitude, eles estão dando um tapa a mais na cara da família. Queríamos que eles tivessem vontade de esclarecer a situação e essa era uma oportunidade deles demonstrarem isso, mas não é o que parece”, disse.
Segundo o tenente-coronel Arboes, o nome da oficial aparece na primeira lista porque atende ao critério inicial para ser promovida, que trata-se do tempo de serviço, no entanto, isso não siginifica que ela será promovida.
De acordo com o tenente, a lista final com os nomes dos oficiais que atendem aos requisitos para serem promovidos deve ser divulgada apenas no final do mês de junho e, até o momento, a comissão apenas definiu o número de vagas disponíveis para cada cargo e quantos oficiais estão aptos para concorrerem em cada nível.
“A comissão se reúne umas dez vezes para definir quem vai ser promovido. Essa é a primeira ata, para definir quem tem condições e tempo de serviço para concorrer a uma vaga e o nome dela consta lá, mas não quer dizer que ela será promovida”, disse.
Investigações
A oficial respondeu a um Inquérito Policial Militar (IPM), onde foi concluído que ela foi negligente e não seguiu o fiel cumprimento da ementa da disciplina. O inquérito militar revelou que, durante a travessia da lagoa, a tenente afundou o aluno e jogou água em seu rosto quando ele voltava à superfície.
Agora, segundo o tenente, o Corpo de Bombeiros aguarda o parecer do governador Pedro Taques (PSDB) sobre o parecer do Conselho Justificação, que pode decidir se ela tem capacidade ou não de permanecer na corporação.
“Vamos supor que ela seja denunciada em decorrência do inquérito militar. Isso pode pesar negativamente. Administrativamente, o Corpo de Bombeiros já fez o que lhe cabia”, afirmou.
A tenente Izadora Ledur também foi investigação pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sendo indiciada pelos crimes de tortura e castigo. O inquérito foi remetido à Justiça estadual.