"Teremos que ser mágicos e contar demais com a experiência dos profissionais da comissão técnica. Dependendo dos resultados dos clubes europeus na Liga dos Campeões, poderemos receber jogadores com ainda menos tempo, 12 dias antes da estreia. Em 94, por exemplo, pudemos fazer quatro amistosos preparatórios. Agora só conseguimos encaixar dois. Teremos que fazer o que os jogadores precisam, não o quer queremos", afirmou o coordenador-técnico.
Parreira disse que a prioridade será a recuperação de um grupo maioritariamente baseado na Europa em que em alguns casos está concentrado num mesmo clube – o Chelsea, da Inglaterra, por exemplo, tem quatro atletas que marcaram presença nas listas de Felipão (David Luiz, Oscar, Ramires e William). "A preparação ideal os jogadores estão fazendo nos clubes. Nós não temos como fazer isso em apenas 15 dias. Infelizmente, o futebol moderno é assim. Hoje há muito mais dinheiro mas isso também apertou o calendário incrivelmente", explicou, lembrando do trabalho como preparador físico na seleção de 70, quando a equipe treinou junta por quase cinco meses antes do Mundial no México.
Se o recente amistoso com a África do Sul foi a última chance de se reunir com o grupo antes da apresentação em 26 de maio, a comissão técnica tentará encontrar jogadores-chave nas próximas semanas: Parreira, o treinador Luiz Felipe Scolari e o assistente-técnico Flávio Murtosa viajarão pela Europa para acompanhar as partidas de Barcelona (Neymar e Daniel Alves) x Atletico de Madri, Paris St. Germain (Thiago Silva, Marquinhos) x Chelsea, bem como Manchester United x Bayern de Munique (Dante e Rafinha) pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões.
"Sabemos que um momento difícil para os clubes por causa da preparação para partidas decisivas, mas tentaremos encontrar os jogadores e conversar com seus técnicos. Mas também é importante observar os times. O Bayern de Munique, que é a base da seleção alemã, está com um desempenho impressionante, acaba de conquistar o título alemão com um desempenho avassalador", comentou Parreira.
O coordenador-técnico minimizou a recente participação do goleiro Julio César numa pela no Rio de Janeiro. "Ele jogou apenas dois minutos, vamos deixar de onda", disse. Parreira preferiu elogiar o jogador pelo acerto com o clube canadense Toronto FC, que permitirá ao goleiro titular da seleção brasileira jogar com a regularidade que não lhe foi dada durante quase um ano no Queen's Park Rangers, da Inglaterra. "O Julio está feliz treinando forte e com a oportunidade de jogar. Isso é o que queríamos e o que tínhamos dito para ele que era fundamental fazer".
UOL