A Nasa divulgou nesta quinta-feira (5) evidências de que tempestades solares podem ter 'arrancado' a atmosfera de Marte. Os cientistas acreditam que o Planeta Vermelho já teve uma atmosfera tão densa quanto a Terra– ou até mais densa –, o que criava condições para um abiente mais quente que o atual, com água líquida em abundância, o que permitiu a criação de vales escavados por rios, por exemplo. Atualmente, no entanto, sua atmosfera é mais rarefeita que a nossa e os pesquisadores querem entender como ocorreu essa mudança.
Dados da missão Maven mostram que quando tempestades solares bombardeiam a atmosfera marciana de partículas, ela perde volumes de 10 a 20 vezes mais rápido do que normalmente ocorre.
Quando há uma erupção solar, a Terra também recebe os ventos do Sol, mas eles são canalizados para os polos graças ao campo magnético do nosso planeta, ocasionando as auroras austrais e boreais. Marte não tem um campo equivalente, e a Maven observou que auroras ocorrem de forma difusa em várias áreas no céu do planeta vizinho.
Ao verificar que os ventos solares aumentam muito a velocidade de perda de atmosfera e Marte, os cientistas levantaram a possibilidade de que, no passado, quando o Sol era mais jovem e mais ativo, esse ritmo de 'dilapidação' pode ter sido muito mais acelerado.
Maven
A sonda americana Maven chegou em setembro de 2014 à órbita de Marte, após uma longa viagem de dez meses e ao custo de US$ 671 milhões. A sonda entrou em uma órbita elíptica definitiva de quatro horas e meia, que permitindo realizar observações de todas as latitudes e camadas da atmosfera superior, com altitude variável de 150 km a 6.000 km.
A Maven conta com oito instrumentos, entre eles um espectrômetro de massas para determinar as estruturas moleculares dos gases atmosféricos, e um sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyzer), que analisa o vento solar.
Fonte: G1