epois de admitir que o governo não tem, hoje, votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência e que, "sozinho", não teria como bancar a medida, o presidente Michel Temer dá continuidade nesta quarta-feira (08) a sua estratégia de tentar reagir e mudar o cenário considerado difícil para a medida na Câmara dos Deputados.
Às 9h30, ele marcou uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil), com o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, e com o relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), para tratar do tema.
Segundo assessores, o presidente quer discutir com os deputados e os integrantes de sua equipe "até onde dá para negociar a proposta que está na Câmara e fechar um novo texto para levar aos líderes dos partidos aliados".
A reunião foi marcada como uma última cartada do governo para tentar aprovar a proposta, após a reação negativa do mercado às declarações do presidente de que o governo "sozinho" não tem votos atualmente para aprovar a reforma da Previdência. Como reflexo da declaração, a bolsa caiu e o dólar subiu.
Dentro da equipe de Temer, a ideia é fechar um texto bem enxuto, baseado em idade mínima de 65 anos para homens e 62, para mulheres; tempo de contribuição menor do que o proposto inicialmente, de 25 anos podendo cair para 15 anos; unificação dos sistemas público e privado de aposentadoria, definindo que ninguém pode se aposentar com um valor acima do que hoje seria de R$ 5.531.
Os demais pontos seriam retirados, como mudanças na aposentadoria do trabalhador rural, no sistema de pensões e de benefícios de prestação continuada.