O presidente Michel Temer rebateu nesta quarta-feira (21) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que a intervenção federal no Rio de Janeiro não foi motivada por interesses eleitorais.
Em nota, o emedebista afirmou que não seguirá em busca de "aplauso fácil", que a agenda eleitoral "não é e nem será causa" das ações governamentais e que a iniciativa no Rio de Janeiro não tem "significação eleitoral".
"O presidente reitera que toda e qualquer decisão do governo é regida exclusivamente para as reais necessidades do país. A agenda eleitoral não é nem será causa das ações do governo", disse.
Na manhã desta quarta-feira (21), Lula afirmou que Temer quer realizar a intervenção federal para avançar sobre "o nicho de eleitores" do pré-candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Segundo o petista, a ação é uma tentativa de "mudar a pauta" e falar "somente de segurança pública".
"Temer quer pegar os votos do Bolsonaro e inventou esse de colocar o Exército no Rio de Janeiro. O militar não é preparado para lidar com bandido, mas com inimigo de outro país", disse.
No mesmo posicionamento, Temer desautorizou o seu marqueteiro, Elsinho Mouco, um dos principais entusiastas de sua candidatura à reeleição.
FICHAS
Em coluna do "O Globo", Elsinho disse que o presidente "já é candidato" e "apostou todas as fichas na intervenção federal" do Rio de Janeiro.
Segundo o emedebista, assessores e colaboradores "não falam e não têm autorização para falar em nome do presidente da República".
A declaração do marqueteiro irritou o presidente, o que levou o publicitário a emitir uma nota à imprensa ressaltando que nunca falou em nome do governo e que se trata de uma opinião pessoal.
O foco na segurança pública faz parte de estratégia para endurecer a imagem do presidente, na tentativa de reduzir a sua impopularidade e viabilizá-lo para uma candidatura à reeleição presidencial.
Segundo pesquisas internas do MDB, a segurança pública é um dos temas que mais preocupam a população brasileira para a campanha eleitoral deste ano.