Agronegócio

Temer erra e anuncia reabertura de mercado que não embargou carne

Fonte: FolhaPress

O presidente Michel Temer cometeu uma gafe nesta quarta-feira (29) e anunciou a reabertura de um mercado estrangeiro que não havia embargado oficialmente a compra da carne brasileira.

Em discurso no Palácio do Planalto, o peemedebista afirmou que o escritório veterinário do Irã comunicou à embaixada brasileira no país do Oriente Médio a "reabertura para o mercado brasileiro".

A lista do Ministério da Agricultura atualizada sobre a situação dos mercados internacionais, contudo, não aponta o Irã nem como um país que determinou embargo nem que estabeleceu suspensão.

Segundo a pasta, o país havia pedido apenas informações sobre as condições da proteína animal, assim como Israel e Rússia.

"O ministro Blairo Maggi [Agricultura] deixou que eu anunciasse que, depois que a China e o Chile tomaram providência de não embargar, ainda hoje, agora pouco, o escritório veterinário do Irã comunicou a embaixada do Brasil naquele país sobre a reabertura do mercado brasileiro. Convenhamos, são US$ 380 milhões e é um mercado importante para o Brasil", disse.

Em entrevista à imprensa, após o evento, o secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Rangel, reconheceu que o Irã não estabeleceu nenhum embargo oficial à carne brasileira.

Segundo ele, houve, na verdade, um pedido de esclarecimento sobre pontos específicos sobre o mercado brasileiro. Ele ressaltou que um documento com esclarecimentos será remetido ao país "no máximo amanhã".

"Realmente, o embargo oficial não aconteceu e esse pedido de procedimento vem ocorrendo sistematicamente", afirmou.

O ministro da Agricultura ressaltou que tecnicamente o Brasil não foi retirado do mercado iraniano, mas que, com o pedido de informação, não foram feitos durante a semana abates de animais destinados ao país do Oriente Médio.

O presidente assinou nesta quarta-feira (29) decreto de revisão do regulamento de inspeção industrial e sanitária de origem animal. O objetivo da iniciativa é aumentar punição a empresas fraudadoras e diminuir o poder de fiscais sanitários.

Em discurso, o ministro ressaltou que, com a queda de embargos estrangeiros, o desafio agora é tentar reconquistar os mercados estrangeiros.

"Acho que vencemos uma boa parte da batalha e tem uma nova daqui para a frente que é a reconquista dos mercados", disse.

Com esse objetivo, o ministro programou viagem em maio para China, Emirados Árabes, Arábia Saudita e para países europeus.

Redação

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