Sob pressão dos partidos do chamado "centrão", o presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (9) que a realização de uma nova reforma ministerial é "inevitável".
Na saída de evento no Palácio do Planalto, ele evitou estipular uma data e afirmou que saberá o "momento certo" de realizá-la.
"Eu saberei o tempo para fazer a reforma [ministerial]. É algo que, toda vez que você governa, elas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo", disse.
O peemedebista reconheceu que há pedidos de partidos da base aliada para realizá-la e lembrou que, por conta das eleições gerais, ministros que serão candidatos terão de deixar os cargos.
"Eu reconheço que há pleitos e sobremais, como muitos ministros vão deixar os cargos, é claro que a reforma será inevitável."
Nas últimas semanas, partidos como PP, PR e PTB têm ameaçado impor derrotas ao Palácio do Planalto na reforma previdenciária caso o presidente não aumente o espaço deles na Esplanada dos Ministérios.
As siglas têm reivindicado os cargos ocupados pelo PSDB, que discute deixar o governo federal ainda neste ano, apesar do esforço do Palácio do Planalto de segurar a sigla até abril.
Em uma tentativa de impor uma pauta positiva, o presidente participou nesta quinta-feira (9) do lançamento do Plano Avançar, que promete investimentos de R$ 130 bilhões para retomar obras paradas e projetos de infraestrutura até o final do próximo ano, quando acontecem as eleições presidenciais.
Na prática, muitas das obras abrangidas já estavam listadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), programa dos governos petistas que foi um dos principais alvos do forte contingenciamento de recursos nos últimos anos.