Política

Taques pede celeridade em liberação de voo entre Cuiabá e Bolívia

Em nova visita oficial ao Departamento de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o governador Pedro Taques voltou a tratar dos dois temas essenciais para a integração de Mato Grosso com o oeste da América do Sul. Em reunião com o ministro de Obras Públicas e Serviços de Habitação, Milton Claros, o governador pediu celeridade na liberação do voo entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra e voltou a destacar a importância da pavimentação do trecho entre San Matias e San Ignácio, 315 quilômetros que dificultam a integração de Mato Grosso com Bolívia.

Na reunião com o ministro, o governador destacou que a visita é motivo de muita ansiedade porque Mato Grosso está próximo à Bolívia e, ao mesmo tempo, longe por conta da dificuldades na integração. Taques ressaltou ainda que o Governo de Mato Grosso tem o compromisso de buscar uma ligação forte com o oeste da América do Sul.

No encontro, Taques lembrou que 30 mil estudantes brasileiros estudam na Bolívia, principalmente o curso de medicina. Do total, 5 mil estudantes são de Mato Grosso e demoram até 24 horas em voos quando precisam regressar ao Brasil. "Não podemos estar tão perto e tão distantes ao mesmo tempo", afirmou.

O secretário-adjunto de Turismo, Luis Carlos Nigro, disse que a Bolívia passa por um momento de intenso crescimento. Para ele, o voo e a estrada farão a grande Integração esperada há tanto tempo por Mato Grosso e pelo Departamento de Santa Cruz. Segundo Nigro, há um grande mercado esperando a operação do voo.

Disse ainda que em Mato Grosso já está tudo pronto para receber novamente o voo entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra. Lembrou que o atual Governo está em processo de finalização das obras do Aeroporto Marechal Rondon, tendo a parte internacional preparada para novas linhas.

A reunião contou com a participação do diretor da Azul Linhas Aéreas, Ronaldo da Silva Veras, que agradeceu ao ministro pelo empenho para a liberação do voo. Ele destacou que a empresa quer muito permanecer em operação no país. A empresa deve iniciar a operação com um avião Embraer 195 com capacidade de 118 passageiros por viagem, com possibilidade de mudança para um Airbus 320, quando a linha estiver consolidada. A empresa busca sair de Cuiabá às 21h, recebendo todas as conexões da empresa para o país.

A Azul Linhas Aéreas deve operar no país em conjunto com a boliviana BOA, que faz voos para a Espanha, Estados Unidos, Argentina e Panamá. As duas empresas devem trabalhar em conjunto no sistema de emissão de passagens aéreas.

Representando o trade turístico de Mato Grosso, Oiran Ferreira lembrou que desde 1998 há o impasse para a operação de voos entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra. "Estamos cansados de ir pra São Paulo e passarmos por cima de nosso estado. Aqui é o corredor para ir para os países do leste e até mesmo aos Estados Unidos", exemplificou.

O ministro disse acreditar que até o mês de agosto a questão estará solucionada junto ao órgão responsável pela liberação de voos. Para isso, o ministro abriu a possibilidade da Azul poder iniciar a operação em setembro, durante a Feira de Exposição de Santa Cruz de la Sierra.

Estrada

Quanto à estrada, o ministro destacou que a pavimentação faz parte do plano de governo do presidente Evo Morales e que a obra será executada. Segundo ele, o ministério já iniciou os estudos necessários para fazer a ligação e, em breve, deve saber o valor do investimento necessário.

Taques destacou que Mato Grosso deve ser o maior parceiro comercial para venda da ureia boliviana, que começará a ser produzida. O mato-grossense destacou que não será razoável que o fertilizante tenha que passar por outros estados brasileiros até chegar a Mato Grosso, tendo em vista a curta distância entre a região produtora e a consumidora.

O ministro destacou que isso reforça a estratégia do governo local em fazer a construção do grande corredor bioceânico que envolve a pavimentação de rodovias e a construção de ferrovias. Em dado prévio, o ministro disse que a pavimentação da rodovia deve custar US$ 1,2 milhão, por quilômetro, na forma mais moderna ou cerca de US$ 800 mil, por quilômetro, em um modelo mais econômico. Mas a resposta só terá ao fim dos estudos iniciados pelo Ministério.

Ao fim do encontro, o governador Pedro Taques convidou o ministro para a ir a Mato Grosso conhecer os potenciais do estado e ainda participar do voo inaugural entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra. Por fim, o chefe do Executivo Estadual destacou que 200 mil bolivianos moram em São Paulo e trabalham na indústria de confecção. Disse que Mato Grosso, através da ZPE de Cáceres, buscará ser um grande pólo têxtil, o que pode incentivar a abertura de novas empresas na zona de fronteira e dar trabalho digno ao povo boliviano que não precisará migrar até São Paulo em busca de oportunidade, quase sempre precária.

Taques permanecerá na cidade e ainda terá agenda com o ministro de Hidrocarburetos e Energia, Luis Alberto Sánchez, e depois com o governador do Departamento de Santa Cruz, Rubén Costas Aguilera.

Redação

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