Política

Taques nega que tenha acusado Zaque de ter fraudado protocolo

O governador Pedro Taques (PSDB) negou que tenha acusado o ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), o promotor Mauro Zaque, de ter fraudado o protocolo do ofício encaminhado a ele, contendo a denúncia sobre um suposto esquema de escutas ilegais no âmbito da Polícia Militar.

Taques, que chegou a enviar ao procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, uma representação contra Zaque pelos crimes de falsificação de documentos, prevaricação e denunciação caluniosa, disse que o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) aberto no âmbito da Casa Civil, irá identificar quem foi o responsável por fraudar tal protocolo do documento que teria o relato sobre a suspeita de grampos.

A representação foi protocolada em maio, quando veio à tona a informação de que Zaque enviou a denúncia dos grampos à Procuradoria Geral da República (PGR), ressaltando que Taques não tomou alguma medida, mesmo tendo sido informado sobre o caso.

Não [disse que Zaque fraudou]. Eu disse que houve fraude. A investigação vai mostrar quem fez. Eu entrei com representação, pois ele [Mauro Zaque] me representou

“Não [disse que Zaque fraudou]. Eu disse que houve fraude. A investigação vai mostrar quem fez. Eu entrei com representação, pois ele [Mauro Zaque] me representou”, disse à imprensa, na tarde desta quinta-feira (13).

De acordo com o Governo, a auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado (CGE) apontou que servidores lotados no sistema de protocolo da Casa Civil alteraram os dados do protocolo do ofício encaminhado por Zaque. As mudanças promovidas ocorreram no número do ofício original, no órgão que o encaminhou, na parte interessada e no tipo de processo.

Diante da constatação, no entanto, Taques declarou que Zaque deve continuar sendo investigado.

“Ele vai ser investigado pelo fato de ficar tanto tempo sem dar notícia [da denúncia]. Quero saber o motivo que o documento não chegou a mim e ele me representou afirmando que chegou”, declarou.

“Eu não sei o que ele protocolou. Isso vai ser demonstrado [na investigação]”, completou.

Arapongagem em MT

A existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques.

Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.

As interceptações ocorreram por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel” – em que números de telefones de pessoas comuns são inseridos em pedidos judiciais de quebra de sigilo, sem qualquer relação com investigações.

O escândalo ocasionou a prisão de militares de alta patente da corporação, que são de confiança do governador Pedro Taques, a exemplo do coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar e do ajunto da pasta, coronel Ronelson Barros. Além disso, foram presos também o ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Junior.

Também foram presos o tenente-coronel Januário Bastista e o cabo Euclides Torezan, todos por suspeita de envolvimento na central dos grampos. As prisões foram determinadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Orlando Perri.

Outros coronéis também foram presos, como o coronel Alexandre Mendes, corregedor-geral da PM, e o tenente-coronel Victor Fortes, diretor de Inteligência da PM, suspeitos de vazarem informações sobre mandados de busca e prisão contra os colegas de farda.

Os coronéis Januário Batista, Ronelson Barros, Evandro Lesco e Zaque Barbosa, assim como o cabo Gerson Luiz continuam presos.

Já os coronéis Alexandre Mendes e Victor Fortes tiveram as prisões revogadas, por não haver motivos para a manutenção da prisão administrativa. O cabo Euclides Torezan também teve a prisão revogada por contribuir com as investigações.
 

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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