Foto Andréa Lobo / Arquivo CMT
O Governo do Estado de Mato Grosso assinou, nesta terça-feira (3), contrato com a empresa KPMG Consultoria para auditar e definir estratégias para implantação ou não do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). A empresa dará a resposta final sobre o andamento das obras do modal de transporte entre Cuiabá e Várzea Grande. A informação circulou no Diário Oficial do Estado (Iomat), desta quarta-feira (4) e custará 3,8 milhões para os cofres públicos.
A assinatura do contrato chegou a ser questionado pelo deputado Emanuel Pinheiro (PR),que denunciou investigações da Polícia Federal contra a empresa responsável. Além disso, o deputado declarou que a contratação desta empresa, teve motivação política e com o intuito de demonizar o VLT. A KPMG é suspeita de participar de contratos fraudulentos com a Petrobras, deflagrada pela Operação Lavajato.
Além disso, Pinheiro reiterou que há um mês, já circulava em veículos de comunicação a informação de que a empresa se sagraria vencedora do certame em Mato Grosso. Outra denúncia de Pinheiro é referente ao valor da contratação: entre as 12 empresas que concorreram o certame, a KPMG foi a que apresentou o maior valor. Apesar das suspeitas levantadas pelo parlamentar, o governo – por meio da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), ignorou as investigações em curso e argumentou que investigação não é sinônimo de culpa.
Segundo o texto publicado no Iomat disse que “objeto do Contrato é a contratação de empresa para realização de serviços de verificação independente das estimativas de término da atual implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos, bem como a elaboração dos estudos tarifários, modelo operacional e de viabilidade econômico-financeira e estruturação do projeto VLT de Cuiabá-Várzea Grande, como objetivo de apoiar e subsidiar o Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria De Estado Das Cidades, a definir as estratégias de continuidade do projeto de implantação do VLT em Cuiabá e Várzea Grande”.
VLT
A implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), licitada por R$ mais de 1,4 bilhão, segue sendo um dos grandes entraves para o Governo. O projeto deveria ter sido concluído e entregue até março do ano passado, mas o consórcio responsável não deu continuidade aos serviços, alegando falta de pagamento. Ainda não se sabe como será o desenrolar do caso, que segue à mercê da Justiça.
O VLT visa atender 160 mil pessoas/dia, com 40 vagões e 22 quilômetros de trilhos. A obra envolveu 2500 trabalhadores e, de acordo com os empresários, 75% do contrato já foi cumprido, tendo recebido até o momento R$ 1,066 bilhão.
A apresentação do consórcio informou ainda que foram concluídas 56% das obras, 65% dos sistemas de funcionamento já foram instalados, 98% dos vagões foram adquiridos e 68% do projeto está concluído, dentro do que prevê o contrato. Isto porque foi aplicado o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não exige a apresentação do projeto executivo antes do início da obra.
O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá. Entretanto, os sucessivos atrasos levaram o governo a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano. Mas, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo. A nova gestão do Estado discute a questão na Justiça, visto que o consórcio construtor cobra, pelo menos, R$ 800 milhões para a finalização da obra.
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