“Eu não tenho medo de julgamentos”. A declaração foi dada pelo governador Pedro Taques (PSDB), na manhã desta quinta-feira (10), um dia após dois de seus primos terem sido presos em operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o uso da máquina pública para lavagem de dinheiro e desvio de recursos do Detran.
Mesmo diante de tantos escândalos envolvendo pessoas do primeiro escalão, sendo alguns tão próximos como o próprio primo, Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, o governador afirmou não ter medo de repercussões negativas a respeito de sua gestão. Para Pedro Taques, quem decide como fica a imagem do governo é a população.
“Quem vai avaliar é o cidadão. Eu não tenho medo de julgamentos, de investigação. Não tenho medo de nada disso”, afirmou. Taques também defendeu as investigações e classificou os processos judiciais como “um instrumento de dignidade”. “Serve para condenar, mas também para absorver”, observou.
No entanto, o governador ressaltou que “ser político é uma profissão perigosa”, e considerando também a facilidade de disseminação de informações, verdadeiras ou falsas, pelos aplicativos de comunicação.
“É fato que hoje, no que se denomina pós-verdade, uma matéria, um grupo de WhatsApp que joga uma mentira se propaga. Infelizmente, hoje ser político é a profissão mais perigosa que existe no Brasil”, disse
Quem é pai que assuma
O governador fez questão de ressaltar que não pode ser responsabilizado pelos crimes de terceiros. Disse ainda que o que cabia ao governo fazer em relação ao caso em questão (do Detran), foi feito.
“Eu não tenho compromisso com erro com quem quer que seja”, frisou. “Se alguém cometeu um crime, tem que ser investigado, tem que ser processado com ampla defesa do contraditório. Ninguém está acima da lei. Este fato precisa ser investigado”.
No entanto, Taques adotou tom cauteloso ao relacionar o caso que envolve a família. Disse que não irá julgar os primos antes de conhecer o teor do processo. O governador ainda destacou que pré-julgamentos já levaram a sociedade a cometer “equívocos históricos”.
O chefe do Executivo ainda comentou sobre a declaração do primo, também Pedro, que comentou que, mesmo afastado, Paulo Taques continua sendo influente no governo.
“Isso é uma declaração dele. Eu não converso com Paulo Taques há quase ano. Não há nenhuma influência dele no Governo, tanto que todas as áreas já foram preenchidas. Agora precisa provar qual ato foi esse. Qual ato o nosso Governo praticou de errado, de ilícito, de imoral, para que seja responsabilizado. Objetivamente é isso. Eu não vou julgar as pessoas antes de conhecer o processo. Estão querendo jogar o nome da minha família no lixo e isso eu não vou permitir.”
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