A deputada federal Janaína Riva (MDB) diz que o pedido de afastamento do governador Pedro Taques deveria ser aprovado na Assembleia Legislativa pela sequência de denúncias ao longo da gestão, que, segundo ela, foi marcada por escândalos. Ele criticou a decisão do presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), de arquivar o pedido e cobrou que sua proposta fosse colocada em votação do pleno.
“A questão é a simbologia que envolve o pedido de afastamento de um governador, em exercício de seu mandato, ser delatado, e não é a primeira vez. Talvez seja a primeira vez que nós da oposição tenhamos que encontrar, formalmente, meios de entrar com pedido de afastamento legais e jurídicos. A todo momento, a gestão de Pedro Taques foi marcada por crimes de improbidade administrativa e escândalos”, disse.
Ontem (13), Eduardo Botelho decidiu pelo arquivamento do pedido de afastamento, justificando que a delação do empresário Alan Malouf não apresenta “provas factíveis” de crimes contra o governador. Ele disse ainda que usou do “bom-senso" para evitar impasses na transição de mandato e evitar que o Estado tenha três governadores simultaneamente – Taques, Botelho e Mauro Mendes (DEM) como eleito.
“Eu teria gostado muito se ele [o pedido de afastamento] tivesse sido colocado em votação, pra que cada um dos parlamentares pudesse se posicionar quanto àquilo que eles acreditam, para que a sociedade conhecer como cada uma pensa sobre a gestão de Pedro Taques que foi marcada por inúmeros escândalos”.
Janaína Riva citou como exemplos de escândalos os atrasos de recursos para as prefeituras cobrirem gastos com serviços de saúde, a descoberta de esquemas fraudulentos na Seduc (Secretaria de Educação) e no Detran-MT. O primeiro teria trazido à situação de caos pela qual passa o setor com baixo financiamento, e os outros casos descobertos em investigação policial, envolvendo o então secretário Permínio Pinto, também delatado por Alan Malouf.
“Seja na Seduc, seja no Detran-MT e outros escândalos como direcionamento de licitações, os escândalos que envolveram a saúde e está acontecendo até hoje. Quando se fala em saúde pública, nós também só ouvimos falar na pior gestão de saúde já realizada desde a fundação do Hospital Regional [de Rondonópolis]. A questão não é somente a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal”.