O senador Taques foi arrolado como testemunha de acusação pelo Ministério Público do Estado (MPE), mas foi ouvido na condição de informante.
Embora tenha afirmado que não presenciou o crime, Taques alegou que a morte do fundador do jornal Folha do Estado fechou uma sequência de crimes de pistolagens investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). Crimes estes que culminaram na deflagração da Operação Arca de Noé, em dezembro de 2002.
À época do crime, Taques era procurador da República em Mato Grosso e em seu depoimento, o pedetista alegou que naquela ocasião havia recebido um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dando conta de que Arcanjo chefiava uma organização criminosa no estado.
Segundo Taques, o relatório, que também apontava a existência de crimes de pistolagem em Mato Grosso, foi encaminhado à Receita Federal, que passou a investigar o ex-bicheiro.
Ainda em seu depoimento, o senador disse que em depoimento ao Gaeco, o cabo Hércules, preso pela morte de Sávio, confessou que Arcanjo teria envolvimento no assassinato. "O soldado Hércules foi apontado várias vezes como executor de homicídios no Estado. Eu, como procurador da República, e o Gaeco investigávamos se os homicídios tinham relação com os caça-níqueis e com Arcanjo. Com a morte do sargento Jesus, que era um dos executores de outros crimes e intermediava execuções a mando de Arcanjo, tivemos mais certeza da existência do crime de pistolagem envolvendo Arcanjo", comentou o senador.
O senador lembrou que depois de ser recapturado, já que havia fugido do presídio Pascoal Ramos, Hércules apontou Arcanjo como mandante do crime, que inicialmente era para ter ocorrido no Rio de Janeiro, mas acabou sendo consumado na capital mato-grossense.
Durante o depoimento do senador, o advogado de Arcanjo, Zaid Ardib lembrou a investigação da morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, que ainda hoje é cheia de controvérsias e alegou que o júri de Arcanjo pode tomar o mesmo rumo. Por fim, Zaid afirmou que “a sociedade de Mato Grosso não merece outro julgamento dessa forma”.
