A primeira crise do governo Pedro Taques (PSDB) mostrou falta de traquejo da cúpula administrativa para lidar com negociações políticas, tanto que um gabinete será criado para o gerenciamento de crises. A medida foi anunciada pelo próprio governador em evento no Palácio Paiaguás na noite desta terça-feira (21).
O titular do gabinete deverá ser um articulador do Executivo com cacife político com outras áreas do Poder Público, como o Legislativo e o Judiciário. Por enquanto, não há nenhum nome indicado. A maior preocupação de Taques é encontrar alguém com proximidade com os deputados. A resistência na Assembleia em aprovar o projeto de lei da Revisão Geral Anual (RGA), que seria votada ontem, mas não ocorreu, acendeu o sinal de alerta do governo.
Os assuntos internos do Executivo deverão ficar a cargo somente da Casa Civil, que hoje faz o trabalho nas duas frentes. “A ideia é que a Casa Civil tenha uma função mais interna e o gabinete de articulação política ficará com a parte de realizar política institucional, conversar com deputados, imprensa e outros”, disse Taques.
Segundo governador, a criação do gabinete encerra os trabalhos de reforma, em que a gestão passar a ter caráter mais político. O governo de Taques apostou desde o início em uma composição mais técnica com a escolha de secretários e demais titulares com perfil concernente às funções administrativas.
Na primeira fase da reforma, Taques extinguiu 1.130 cargos comissionados, reduzindo em 25% o número de contratações do tipo. Também ocorreram extinção e fusão de secretarias.