Jurídico

Taques alegou conversa íntima para não entregar celular a polícia, diz Feldner

Em ofício apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a delegada Ana Cristina Feldner, coordenadora da força-tarefa da Grampolândia Pantaneira, se defendeu das acusações feitas por Paulo Taques contra ela e disse que, ao ser preso, ele não quis fornecer a senha do celular a polícia alegando que o aparelho continha conversas íntimas.

 

Encaminhado a ministra Rosa Weber, o documento é um “esclarecimento sobre as investigações em curso” contra Taques, que tenta reverter a decisão que determinou a destruição de provas obtidas ilegalmente do aparelho celular do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, delator da ‘grampolândia pantaneira’.

 

À época, o tenente autorizou a extração de apenas 6 conteúdos do seu celular relacionado às investigações, porém mais conteúdo foi captado ilicitamente durante a perícia, inclusive pessoas denunciadas policiais militares e requerendo sigilo, além de conversas privadas.

 

De acordo com a delegada, são mais de 36.000 páginas de conteúdo extraído do telefone de José Henrique, ao qual Paulo Taques solicita acesso e sua respectiva destruição.

 

Segundo Feldner, a prova pericial extraída do celular do coronel é válida e lícita, já que ele entregou o telefone com autorização para extração dos 6 conteúdos que, posteriormente, foram juntados aos autos e cópias entregues a Taques.

 

“A prova pericial produzida e que pode (ou não) gerar responsabilidade criminal para o reclamante foi colocada à disposição do reclamante”, diz. “Não houve extração de dados do mesmo, ou seja, toda a intimidade/privacidade bem como eventuais provas e fatos importantes aos crimes investigados constantes no referido aparelho não foram extraídos”.

 

Ainda no ofício, a delegada respondeu a suposição feita por Taques de que ela teria mantido, durante as investigações, relacionamento íntimo com o tenente-coronel Soares.

 

Feldner reitera que tal suposição é constantemente relembrada por Taques e outros investigados a fim de provocá-la para que ela instaure um processo criminal contra os investigados e eles possam alegar suspeição.

 

“Paulo Taques tem por hábito desrespeitar e atacar a honra de mulheres de forma dolosa e mentirosa”, escreve a delegada. Em 2015, Taques foi denunciado pelo crime de denunciação caluniosa contra duas delegadas da Polícia Civil e a conclusão de que não houve crime foi acatada por unanimidade pelo Conselho do Ministério Público de Mato Grosso.

Redação

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