A Polícia Civil de São Paulo prendeu na Paraíba os dois suspeitos de envolvimento na morte do cabeleireiro José Roberto Silveira, de 59 anos, conhecido como Betto Silveira. A ação realizada por meio do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo contou com o com auxílio da Polícia Civil da Paraíba.
“Eles foram identificados por meio de testemunhas e por imagens de câmeras de segurança durante a fuga. As prisões ocorreram no município de Tavares, no estado paraibano, após constante monitoramento realizado pela PCSP que repassou as informações para a PCPB”, disse a Secretaria da Segurança Pública do Estado.
A investigação para esclarecer os motivo do crime ainda seguem em andamento.
Betto foi encontrado amordaçado, com punhos e joelhos amarrados por fios e com sinais de asfixia, no sobrado onde morava, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, no último sábado, 22.
Conforme a SSP, em breve, os suspeitos serão encaminhados à capital paulista para prosseguimento dos trabalhos de polícia judiciária. As identidades deles não foram divulgadas. Desta forma, as defesas não foram localizadas.
Na quinta-feira, 27, a Justiça de São Paulo havia acatado o pedido de prisão preventiva de dois suspeitos de envolvimento no crime.
Relembre o caso
O crime ocorreu na residência de Betto. De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo Estadão, o cabeleireiro saiu de casa por volta da 1h40 de sábado e retornou pouco depois, às 2h13. Ele estava em um Hyundai/HB20 preto.
Algumas horas depois, às 5h53, uma câmera de segurança registrou o momento em que dois suspeitos abriram o portão frontal da casa e deixaram o local a pé.
O corpo de Betto foi encontrado na tarde de sábado por amigos, que foram até o imóvel após não conseguirem contato com ele. A vítima estava amordaçada, com punhos e joelhos amarrados por fios e apresentava sinais de asfixia.
Quem era Betto Silveira?
Nascido em Garça, no interior de São Paulo, Betto chegou a São Paulo em 1991 e, à época, trabalhou na Vila Madalena, na zona oeste da cidade. Onze anos após a mudança, ele foi morar no Alto de Pinheiros, onde vivia havia 22 anos.
Em suas redes sociais, Betto dizia que sua profissão era uma espécie de “hobby remunerado”. Ele foi descrito em uma publicação como “um cara que ama ver o sorriso no rosto das pessoas” e que encontrou na profissão uma “forma de produzir tais sorrisos com sua criatividade, empenho e paciência”.
Quem morava no imóvel?
No sobrado, Betto vivia com a mãe, uma idosa de 98 anos, que dependia de seus cuidados. De acordo com o boletim de ocorrência, em outro quarto da casa, morava um venezuelano que alugava o cômodo. Esse homem relatou à polícia que a vítima foi até o seu quarto para pedir seda para fazer um cigarro por volta das 2h do sábado.
À polícia, o rapaz afirmou que ouviu Betto conversando com outra pessoa por longo período, além de sons de chuveiro ligado, televisão e música. Por volta das 4h, ouviu ruídos de objetos quebrando e movimentação intensa no quarto, mas que tais sons não lhe causaram estranhamento, justamente por ser rotineiro o elevado movimento na casa da vítima.
O que dizem as testemunhas?
Duas testemunhas relataram à polícia que Betto havia terminado um relacionamento com outro homem recentemente. Uma delas disse que a relação acabou há dois meses. “A vítima desejava reatar, porém o ex-companheiro já estava envolvido em outra relação e não demonstrava interesse, situação que deixou Betto muito triste à época. Entretanto, relata que, com o passar do tempo, ele superou o término e passou a se relacionar com outro homem.”
Outra testemunha afirmou que o ex de Betto registrou um boletim de ocorrência contra o cabeleireiro em razão de ameaças. Essa testemunha também disse que desde o término da relação, o cabeleireiro passou a conhecer “diferentes homens com certa frequência, por aplicativos de encontro”.



