Política

Supremo só julgará prisão de Aécio Neves se houver recurso

Folhapress

O STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou que o ministro Edson Fachin negou o pedido de prisão contra o senador Aécio Neves. O caso só será levado ao plenário se houver um recurso da PGR, o que não ocorreu até momento. Assim, é muito provável que o assunto não seja julgado nesta quinta em plenário. A sessão do STF começa às 14h desta quinta (18). O quórum mínimo para analisar a questão é de seis ministros.

O Supremo Tribunal Federal decidiu afastar do cargo o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e que aparece, segundo reportagem, em gravação pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS, que negociam delação premiada.

Também foi afastado, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer e que teria sido filmado recebendo uma mala de R$ 500 mil.

A irmã do senador, Andrea Neves, e o primo, Frederico Pacheco de Medeiros, foram presos. Segundo as investigações, Medeiros recebeu o dinheiro que o empresário Joesley Batista direcionou a Aécio.

Também foram presos uma irmã de Lúcio Bolonha Funaro, chamada Roberta, além de um assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Funaro é apontado como operador de Eduardo Cunha.

Outro detido é o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), suspeito de se infiltrar em investigação relacionada ao frigorífico.

A Procuradoria chegou a pedir a prisão de Aécio, mas o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, encaminhou o caso para deliberação do plenário do STF. Na decisão de Fachin, o ministro determinou ainda que ele não mantenha contato com outros investigados e o proibiu de deixar o país.

Policiais federais chegaram às 6h na casa de Aécio em Brasília, que fica no Lago Sul, uma das regiões mais nobres da cidade. O advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin, está no local, mas ainda não há confirmação de que o senador esteja lá.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, telefonou para o presidente do senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), pouco antes das 6h para informá-lo de que era preciso fazer a operação. Acertaram que a polícia legislativa acompanharia os policiais federais.

Residências de Aécio em Brasília, Rio e Belo Horizonte foram alvo de busca e apreensão, além de imóveis e gabinetes Perrella, Rocha Loures e Altair Alves, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha.

A PF está fazendo buscas no Congresso e na casa do coronel João Baptista Lima Filho, ligado a Temer.

Redação

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