Esportes

STJD vai ignorar relatório que lista crimes da cúpula da CBF

O superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai manter sua posição de distanciamento das acusações que pesam sobre o presidente Marco Polo Del Nero e demais dirigentes da CBF, listados em relatório paralelo da CPI do Futebol do Senado. O mandatário da confederação, dois de seus vices, Gustavo Feijó e Marcus Vicente, e o diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes tiveram seus nomes associados a alguns crimes no documento subscrito pelos senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede/AP), e divulgado na quarta-feira (23).

O Terra apurou que o STJD não tem interesse em tratar do tema por pelo menos duas razões. Uma delas por que o relatório da CPI que cita os dirigentes não é o oficial, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e considerado por Randolfe como “relatório chapa branca”. A direção do STJD também alega que os crimes imputados aos dirigentes não estão na esfera esportiva, muito embora o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBDJ) estabeleça punições para quem se beneficie ilicitamente de seu cargo em entidade esportiva.

Isso fica claro, por exemplo, no Artigo 238 do CDBJ, código utilizado para nortear os julgamentos na justiça esportiva. Ele especifica pena de suspensão de até dois anos para quem “receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva”. Também prevê em casos assim multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Essas acusações, no caso, recairiam, a princípio, para Del Nero e Gustavo Feijó.

O atual presidente do STJD, Ronaldo Botelho Piacente, comandou o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo no mesmo período em que Del Nero era o presidente da Federação Paulista de Futebol. Ele assumiu o STJD no meio deste ano e teve como principal cabo eleitoral o próprio Del Nero.

No relatório paralelo da CPI do Futebol também são acusados de crimes os empresários J. Hawilla e Kleber Leite, os ex-presidentes da CBF, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, e o ex-diretor financeiro da entidade, Antônio Osório.

Fonte: Terra

Redação

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