Vice-governador Chico Daltro (PSD), responsável pelo certame, disse que “as decisões da Justiça são respeitadas, e nesse sentido, há confiança sobre o julgamento de mérito, porque o Estado segue o que prevê a Constituição e o que é o melhor para a população”. O assunto é visto com naturalidade pelo governo, via Procuradoria Geral do Estado (PGE), que informou na noite de ontem “tomar as providências cabíveis assim que o Executivo for notificado, para fazer as devidas considerações acerca de um assunto onde o Estado tem vencido sobre argumentações consistentes”, disse Jenz Prochnow, procurador geral de Justiça. Na decisão, o ministro ressalta o deferimento ao pedido “para suspender, até o julgamento do recurso em mandado de segurança, os efeitos do ato administrativo 5.894/2012 e, consequentemente, o procedimento licitatório que tem por objetivo o sistema de transporte intermunicipal de passageiros em Mato Grosso”.
O certame foi deflagrado no início de 2011, quando Daltro, atendendo ordem do governador Silval Barbosa (PMDB), assumiu o desafio. Encaminhou no período mensagens para reestruturação do sistema, prevendo entre as matérias, o processo licitatório. Houve impasse na Assembleia, com pontuações feitas pelo deputado Emanuel Pinheiro (PR), sobre o formato. O parlamentar conseguiu aprovar modificações na proposta, vetadas posteriormente pelo Estado.
A licitação, em 8 mercados de Mato Grosso, já venceu a primeira etapa, com preenchimento de 11 dos 16 lotes. O governo se preparava para lançar a 2ª etapa, mas recurso impetrado no Tribunal de Justiça garantiu, no final de fevereiro, em liminar, barrar a continuidade dos trabalhos. Recurso foi apresentado pelos municípios de Barra do Garças; São Félix do Araguaia; Pontal do Araguaia; Querência e Associação dos Municípios do Norte Araguaia (AMNA). Na semana passada, o vice-presidente do TJ, desembargador Márcio Vidal, garantiu a seqüência do processo, destacando ser o STJ o foro competente para julgamento das ações. Ainda tramitam no TJ outras duas ações contrárias, mas existe entendimento da assessoria jurídica da Ager, em comum acordo com a PGE, sob Jenz Prochnow Júnior, de que o Estado conseguirá o aval para implementar o processo licitatório.
O certame enfrenta resistência de empresas que ao longo dos anos funcionavam por meio de decretos precários, sendo renovados, mas distante dos mandamentos legais. A elaboração da matéria atende os planos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e nesse aspecto , há concordância do Ministério Público do Estado (MPE).