O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito para investigar se houve compra de apoio político para a eleição do então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados, a partir da delação premiada feita pelo executivo do grupo J&F Ricardo Saud.
A suspeita é que Joesley Batista, também ex-executivo do grupo, tenha incumbido Ricardo Saud de persuadir congressistas de que a eleição de Cunha seria o melhor para fazer um contraponto à então presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Para tanto, segundo a delação, Joesley autorizou repasses indevidos de 30 milhões de reais.
O esquema, segundo a delação de Saud, teria sido viabilizado por “doações oficiais, entregas em espécie e emissão de notas fiscais sem lastro”.
Eleito presidente da Câmara no início de 2015, Cunha foi um dos principais artífices do impeachment de Dilma, ao autorizar a abertura do pedido de impedimento em dezembro daquele ano.
Cunha renunciou ao comando da Câmara, mas posteriormente teve o mandato cassado por denúncias de corrupção por investigações da operação Lava Jato. Foi depois preso preventivamente e condenado pela operação.