O Spotify alterou seus termos de privacidade nesta quarta-feira (19) e gerou uma onda de críticas dos usuários, que não gostaram de alguns dos novos termos, como o que libera o serviço de música por streaming para acessar informações pessoais como fotos, contatos e localização dos usuários.
No novo texto, a empresa especificou que tipo de informações coleta a respeito dos usuários e como isso é feito. No ato do registro, as pessoas que aderem ao serviço fornecem nome de uso, senha, endereço de e-mail, data de aniversário, gênero, endereço, CEP e país. Caso usem o perfil no Facebook como forma de acesso, cedem também a imagem de exibição e outras fotos e nomes dos amigos na rede social.
Para colher outros dados de seus membros, o Spotify analisa as pesquisas feitas dentro do serviço, as postagens feitas no Facebook e as mensagens enviadas, os comandos de voz e os sites visitados na internet.
Usuários de todo o mundo se irritaram, porém, com os trechos da política de privacidade que tratavam das informações captadas pelo Spotify que estão armazenadas nos smartphones. “Com sua permissão, nós podemos coletar informações armazenadas em seu dispositivo móvel, como contatos, fotos ou arquivos de mídia.”
E completa mais adiante: “Dependendo do tipo de dispositivo que você usa para interagir com o serviço e as configurações dele, nós podemos coletar informações sobre a sua posição, baseada, por exemplo, na localização do GPS do celular ou outras formas de localização de dispositivos móveis, como Bluetooth”.
O auge da onda de ira dos usuários foi o bate-boca pelo Twitter entre o criador do Minecraft, Markus Persson, e o fundador do Spotify, Daniel Ek.
“Olá, Spotify. Como consumidor, eu sempre amei o seu serviço. Vocês são a razão para eu ter parado de piratear música. Por favor, considerem não serem perversos”, escreveu Persson nesta sexta-feira (21). Em resposta a outro tuiteiro que afirmou ter abandonado o serviço, o desenvolvedor, também conhecido como “Notch”, afirmou: “Eu também acabei de cancelar a minha [conta]”.
Foi então que Ek entrou na discussão. “Notch, você já leu nosso blog? Nós explicitamente iremos perguntar quando formos usar a câmera ou o GPS. Ambas, entretanto, mudam a imagem da playlist e o recurso de corrida”, respondeu. “Essa função é típica para invasão de privacidade. Eu não quero nenhum desses recursos. Eu só quero fazer streaming de música”, rebateu Persson.
“E de novo é somente ‘se’ você usar alguma dessas funções que iremos pedir permissão para isso”, disse Ek. Persson então respondeu com um trecho da própria polícia de privacidade que dá a entender que as pessoas que não concordem com os termos devem deixar o Spotify: “Se você não concorda com os termos da política de privacidade, então, por favor, não use o Spotify”.
Fonte: G1