Circuito Cinema

Spike Jonze apresenta romance entre Joaquin Phoenix e uma máquina em ‘Ela’

 
Jonze, que concorre com o longa em cinco categorias do Oscar 2014  (entre elas estão as de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original), realiza um filme tocante, que consegue transmitir a complexidade inata do ser humano e como todo mundo está em busca de uma companhia para tornar a dura realidade do dia a dia em algo menos assustador.
 
'Ela' acompanha os passos de Theodore Twombly (Joaquin Phoenix), um homem solitário que está em processo de divórcio da esposa, Catherine (Rooney Mara), e demonstra grande dificuldade para se relacionar com outras pessoas. Seus únicos amigos são o casal Amy (Amy Adams) e Charles (Matt Letscher), que moram no mesmo prédio e tentam ajudá-lo a se tornar uma pessoa mais sociável e a ter maiores prazeres na vida.
 
Mas é o próprio Theodore que toma uma atitude 'radical'. O protagonista contrata o serviço de uma empresa que oferece um sistema operacional inteligente, chamado OS1, para organizar as obrigações diárias de Theodore e otimizar o seu tempo. De início, ele fica um pouco desconfortável com a própria interação com a máquina, que acaba ganhando o nome de Samantha (voz de Scarlett Johansson). No entanto, aos poucos, Theodore vai percebendo que Samantha pode ser muito mais do que apenas uma máquina que deve planejar o seu cotidiano.
 
O sistema operacional consegue fazer Theodore rir e achar graça na vida constantemente, dá conselhos para ele e pitacos sobre episódios aleatórios, mostrando ao protagonista que até mesmo uma máquina pode ser capaz de exprimir sentimentos, mesmo que isso pareça sem sentido para qualquer ser humano.
 
Com um roteiro, também escrito por Jonze, bem conciso que permite uma fluidez natural ao longo da projeção e que absorve completamente a atenção do espectador, 'Ela' não deixa de ser uma história sobre uma paixão impossível, um manifesto da necessidade de buscar um sentido para se seguir em frente diante da imensidão do mundo. O diretor em diversas cenas usa a movimentação da câmera em modo lento, casando esse processo com uma linda trilha sonora, que também concorre ao Oscar, inclusive, para explorar as expressões dos personagens e tentar expor o caráter sentimental de cada um através da imagem parada.
 
Sendo melancólico e otimista ao mesmo tempo, 'Ela' pode ser considerado uma obra de profunda sensibilidade que relativiza a experiência humana com o futuro tecnológico, gerando novas possibilidades de interação para o homem e propiciando uma reflexão singela para o espectador sobre como o amor pode se manifestar de diversas formas diferentes.
 
msn

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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