MÔNICA BERGAMO – (FOLHAPRESS) – O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, identificou a variante delta da Covid-19 em dois tripulantes do navio internacional MTM Southport, com bandeira de Singapura, aportado em Santos.
O navio havia realizado uma parada no porto de Aratu, na Bahia, e aportou em Santos no fim de julho. Ele foi mantido em quarentena após confirmação de 15 casos de Covid-19.
O sequenciamento genético foi realizado a partir de amostras de testes RT-PCR de dois pacientes que foram hospitalizados na Santa Casa de Santos após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A variante delta foi primeiramente identificada na Índia em outubro de 2020 e é apontada como a principal responsável pelo surto de Covid-19 que atingiu o país asiático no início deste ano, sobrecarregando os sistemas de saúde e levando caos ao sistema funerário.
O instituto também fará sequenciamento de amostras de tripulantes sintomáticos do navio CS Crystal, atracado no porto de Santos e originário de Dakar. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) estadual, o grupo de vigilância da baixada santista, o município de Santos e a Anvisa monitoram os casos.
Análises do instituto e do CVE identificaram, até esta segunda (2), 793 casos autóctones de quatro variantes em São Paulo -sendo que 25 são da delta, 3 da beta, 42 da alpha e 723 da gamma.
Predominante em pelo menos 26 países, a variante delta tem ganhado terreno também no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou, até o dia 30 de julho, pelo menos 247 casos e 21 mortes da variante delta do novo coronavírus.
O Rio de Janeiro é o estado com mais contaminados pela variante, com 99 casos, seguido do Distrito Federal (51) e Paraná (29). Há também casos em São Paulo (25), Rio Grande do Sul (16), Maranhão (7), Santa Catarina (7), Goiás (4), Ceará (4), Minas Gerais (4) e Pernambuco (3).
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos alertou que a variante delta, identificada inicialmente na Índia e agora dominante em todo o planeta é "provavelmente mais severa" do que versões anteriores do vírus, de acordo com um relatório interno que foi tornado público na sexta-feira (30).
Mais transmissível e possivelmente mais resistente às vacinas, a cepa já é a dominante em lugares como o Reino Unido e os Estados Unidos.