O Museu da Língua Portuguesa, atingido por um incêndio há um ano, deve voltar a receber visitantes no primeiro semestre de 2019. O governo do estado de São Paulo anunciou a parceria "Aliança Solidária" nesta segunda-feira (12).
O custo total da obra será de R$ 65 milhões. Destes, R$ 34 milhões são investimentos da iniciativa privada. A empresa portuguesa EDP é patrocinadora máster. O Grupo Globo e o Grupo Itaú também participam da Aliança.
As obras de restauro das fachadas e esquadrias da Estação da Luz começam ainda neste mês. A implantação da museografia terá início em 2018. As ações emergenciais para preservação do conjunto arquitetônico começaram 48 horas após o incêndio, ocorrido em 21 de dezembro de 2015.
O projeto de restauração foi possível graças a uma aliança solidária convocada por Alckmin entre o Grupo Globo e o Grupo Itaú, patrocinadores do museu, e o Grupo EDP do setor de energia elétrica.
O arquiteto Pedro Mendes da Rocha, responsável pelo desenvolvimento do projeto original do Museu da Língua junto com seu pai, o premiado Arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, fará as adaptacoes necessárias no projeto.
Participaram da cerimônia o governador Geraldo Alckmin, o secretário de Estado da Cultura, José Roberto Sadek, o ministro da Cultura, Roberto Freire, e o presidente da Fundação Roberto Marinho e vice-presidente do Grupo Globo, José Roberto Marinho. A solenidade contou ainda com a participação de Miguel Setas, CEO da EDP, e Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, representando o Grupo Itaú.
O governador Geraldo Alckmin lembrou que o museu foi um sucesso com quase 4 milhõs de visitantes. "Quando houve o incêndio o José Roberto Marinho me ligou se colocando à disposição para este trabalho. Temos menos de 24 meses para o prédio estar inteirinho restaurado e depois mais alguns meses para a parte museológica", disse Alckmin. "Queremos tornar o museu mais moderno, mais atrativo, com novas tecnologias, preservando o aspecto arquitetônico."
O vice-presidente do Grupo Globo, José Roberto Marinho, destacou que "a língua portuguesa é um patrimônio imaterial". "O Museu da Língua foi abraçado pela população e se consolidou como um dos mais visitado do país. Levas e levas de estudantes de escola pública. A garotada sai super interessada. Em uma fase de aplicativos é muito bom parar um pouco para olhar os textos e os livros", afirmou.
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, destacou a importância do museu para o incentivo à leitura. "É de grande importância ter mais brasileiro lendo mais. Mesmo com a Bíblia, índice de brasileiros lendo é muito baixo", disse.
Muguel Setas, da EDP, afirmou estar orgulhoso em participar da parceria. "Nos sentimos orgulhosos e animados porque nos próximos três anos será um caminho de construção e desenvolvimento do qual queremos participar ativamente. Somos muito gratos ao Brasil, a São Paulo e à Fundação Roberto Marinho por nos ter permitido juntar esforços em um projeto tão nobre que tanto nos orgulha. Espero que o Museu seja uma luz intensa que venham iluminar a nossa língua, os nossos países e as nossas vidas".
Roberto Freire, ministro da Cultura, destacou a importância do estado de São Paulo em participar do projeto de reestruturação do país.
Museu e incêndio
Inaugurado oficialmente no dia 20 de março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa abriu suas portas ao público no dia 21 de março daquele ano. Em seus três primeiros anos de funcionamento mais de 1,6 milhão de pessoas já visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul. Ele fica na Praça da Luz, tem três pavimentos e uma área de 4,3 mil m².
No dia 21 de dezembro, um incêndio destruiu o prédio que abriga o museu. O acidente começou em um corredor, às 14h52, com a troca da iluminação, quando uma fagulha, causada por um curto-circuito ou o estouro de uma lâmpada, caiu nas redes.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele atuava como bombeiro do museu.
A estação da Luz ficou temporariamente interditada para os usuários de trens e metrô, e após a sua liberacao, os acessos à estação pela Rua Mauá e pela calçada do Museu ficaram fechados.
Fonte: G1