O advogado de três policiais militares acusados de matarem o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Antônio Vinicius Gritzbach, executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), em novembro do ano passado, foi vítima de uma tentativa de homicídio na noite de sábado, dia 1º, no bairro Quintais do Imperador, em Sorocaba. Mauro Ribas Jr, de 38 anos, disse que um dos olhos ainda está com a visão prejudicada.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, o advogado relatou que conduzia seu veículo quando sofreu disparos de armas de fogo e ficou ferido no rosto por conta dos estilhaços do vidro. Ele foi socorrido, medicado e liberado.
“Ainda estou me recuperando. Não recuperei ainda a visão de um dos olhos. O meu rosto está bastante machucado”, disse Ribas Júnior.
Segundo a SSP, o veículo foi periciado e a polícia busca imagens de câmeras de segurança que ajudem a elucidar o caso. A Delegacia de Homicídios da Deic de Sorocaba investiga o caso.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sorocaba também publicou, por meio das redes sociais, uma nota de repúdio e disse que acompanhará de perto todas as investigações para que os responsáveis sejam identificados e devidamente responsabilizados.
“Este ato de violência não apenas atenta contra a vida e a integridade de um colega, mas também uma ameaça à classe e à sociedade como um todo, que depende do livre exercício da advocacia para a preservação do Estado Democrático de Direito e evidencia os problemas da segurança pública que enfrentamos”, disse a OAB em Sorocaba, que cobra urgência das autoridades na apuração dos fatos.
A nota cita ainda que a Ordem dos Advogados do Brasil “não tolera qualquer forma de intimidação, ameaça ou violação dos direitos de advogados (as)”, garantindo assistência e atendimento àqueles que são impedidos de exercer sua profissão com liberdade e segurança.
Ribas Jr faz a defesa do tenente Fernando Genauro da Silva, do cabo do 20.º Batalhão da PM Ruan Silva Rodrigues e do cabo Dênis Antônio Martins. Ainda não há informações, no entanto, de que o ataque tenha relação com a defesa dos Pms.
Ex-comandante do Pelotão de Força Tática da zona sul de São Paulo, ele atua agora na defesa de policiais militares em processos criminais e administrativos.
Na quinta-feira passada, 30, a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo indiciou policiais militares presos por suspeita de participação no assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do PCC. No total, 17 PMs foram presos desde o dia 16 de janeiro deste ano.
Dos 17 PMs presos, três são acusados diretamente de matar o delator enquanto outros 14 fariam a escolta do empresário. De acordo com as investigações, os agentes têm envolvimento com o crime organizado.
Gritzbach foi executado no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana. Ele estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.